O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
segunda-feira, junho 16, 2003
“A Mulher, a Mulher autêntica, reintegrada a sua plenitude e poder faz medo a esses sub-produtos que são os homens numa sociedade paternalista.”
“O amor é destruidor de uma sociedade organizada porque ele isola dois seres, que se bastam a si mesmos e isso reflecte-se contra o quadro jurídico existente.”
O DOM DA MULHER AUTÊNTICA
“Será que esquecemos que o Dom de si não pode ser senão voluntário? Será que esquecemos que não pode haver responsabilidade senão onde existir liberdade?
Ora nós não somos livres. Somos vítimas de preconceitos, mergulhados nas rotinas que nos prendem, saturados de ideias feitas. E por falta de lucidez, estamos em completo desconhecimento dos verdadeiros problemas que se põem aos seres humanos.
Nós não somos livres. A mulher, particularmente, tornou-se escrava da nossa sociedade que é uma sociedade de escravos que nem sequer se apercebem do seu estado de servidão porque eles apenas gargarejam as palavras. Não, de modo algum é suficiente pronunciar a palavra liberdade e cantá-la em todos os tons para se ser verdadeiramente livre, é preciso sê-lo por actos.
Se a mulher ocidental moderna não é livre, Ysolda, Graiane e Deirdre eram mulheres livres. A mulher celta era livre porque ela agia, e fazia-o em plena consciência das suas responsabilidades. E sendo livre, ela era capaz de amar, porque o amor é um sentimento que escapa a qualquer controle e a todas leis impostas pela razão, somente pois os seres livres podem amar. É aí que se pode encontrar talvez a maior de todas as lições e nos é dada na maravilhosa história de Tristão e Ysolda.”
JEAN MARKALE - A MULHER CELTA
NOTA À MARGEM
Porque as mulheres celtas eram livres e, portanto responsáveis, elas podiam amar sendo autênticas, coisa que não acontece nos nossos dias face à estranha caricatura que a mulher é de si mesma, desconhecendo-se por inteiro nessa plenitude de ser que a falta de liberdade lhe tirou para a por ao serviço exclusivo da sociedade patriarcal que a dominou enquanto esposa e mãe e como prostituta nos Bordéis que institui, em paralelo com o casamento e assim perdura há milênios com leves alterações nos nossos tempos modernos...
Será que o novo milênio não vai tocar na ferida e nos vai deixar continuar assim divididas?
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