O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, junho 29, 2003



O SER REAL


"Eu penso que quem não está ou deseja estar na estrada real está perdido. Que o germen desta perdição é a "cultura" profana. Que a estrada real é fascinante. Que só nos podemos aperceber da fascinação de cada coisa que nela circula quando descobrimos a persona que cada coisa esconde debaixo da sua individualidade. Que só a tradição iniciática contem orgânica e intelectualmente a ideia dessa persona puramente interior - base da REALIZAÇÃO, da acção
que conduz o ser "para além de todo o estado condicionado, seja ele qual for para o estado do SER - soterrado debaixo de cada individualidade humana - que ultrapassa todas as contigências e reune em si a integralidade de todos os estados do REAL."


in LUZ CENTRAL- ERNESTO SAMPAIO


(...)"O real é aquilo que não nos deixa maravilhados, que não nos deixa abismados: não é mais do que a terra firme que rodeia o nosso reduzido charco de consciência."

Susan Sontag - América


“É impossível pensarmos nas adjurações da sabedoria alquímica que introduzia igualmente a fisiologia no coração do conhecimento:
Não aprender, mas sofrer. Ou uma formulação latina análoga Non cogitat Qui non experitur “


Marguerite Yourcenar (in Mishima ou a visão do vazio)

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