ANA HATHERLY - UMA VIDA
“NÃO HÁ CRIAÇÃO SEM DOR, PODE TER-SE MAIS OU MENOS CONSCIÊNCIA DISSO, DEPENDENDO DO TIPO DE PROFUNDIDADE QUE SE ATINJA OU PROCURE ATINGIR. O MEU TRABALHO TEM UMA DIMENSÃO METAFÍSICA E ESSA TEM DE SER NECESSÁRIAMENTE DOLOROSA”.
“Senti-me sempre profundamente mulher. A mulher é muito diferente do homem. O criador não tem sexo, porém a criatividade não tem nada a ver com isso: há, no entanto, um carácter específico da personalidade feminina. Nisso sou exemplo típico. As mulheres são mais audaciosas. Mesmo caladas, e se analisarmos bem a História, são audazes. A mulher é muitíssimo mais forte, e eu sou uma mulher muito forte, porque faço da minha fragilidade força”.
Na minha oficina herética
O labirinto contraria o linear:
Percorre-me
Como se fosse uma veia
Segura em seus meandros
A não necessidade, o que seria?
Que nova desordem criaria?
Que outras descobertas?
A fugaz eternidade das ideias-mestras
Incessantemente refaz os jogos da racionalidade
Mas o jogo é um itinerário
E a sedução do rigor
Recoloca-nos incessante na senda do desejo.
“Está aqui tudo, é um auto-retrato. Nada é linear. No barroco também não. Há meandros: como seria senão houvesse necessidade? O rigor é muito exigente; há essa sedução. E o desejo, sempre o desejo”.
ANA HATHERLY
DNA (entrevista - excertos)
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