O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 08, 2003


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EU QUERIA SER MULHER


Eu queria ser mulher para me poder estender
Ao lado dos meus amigos, nas “banquettes” dos cafés.
Eu queria ser mulher para poder estender
Pó de arroz pelo meu rosto, diante de todos no café.

Eu queria ser mulher para não Ter que pensar na vida
E conhecer muitos velhos a quem pedir dinheiro --
Eu queria ser para passar o dia inteiro
A falar de modas e a fazer “potins” - muito entretida.

Eu queria ser mulher para mexer nos meus seios
E aguçá-los ao espelho, antes de me deitar --
Eu queria ser mulher para que me fossem bem estes enleios,
Que num homem, francamente, não se pode desculpar.

Eu queria ser mulher para Ter muitos amantes
E enganá-los a todos -- mesmo o predilecto --
Como eu gostava de enganar o meu amante loiro, o mais esbelto,
Com um rapaz gordo e feio, de modos extravagantes...

Eu queria ser mulher para excitar quem me olhasse,
Eu queria ser mulher para me poder recusar...



(Poema inacabado de Mário Sá-Carneiro enviado a Fernando Pessoa)


A essência de Deus é feminina.

Deus Mãe
primeiro princípio criador


IRREFLEXÕES
Y.K.Centeno

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