"O PARADOXO COMO EXPERIÊNCIA RELIGIOSA"
"O sofrimento pessoal começa quando somos crucificados entre dois opostos. Se tentarmos abraçar um sem pagar tributo ao outro, degradamos o paradoxo ao nível da contradição. Todavia ambos os lados dos pares de opostos devem merecer e ter igual mérito. O sofrer a nossa confusão é o primeiro passo para a cura. "(1)
(1)
Sofrer em latim: sub plus ferre= suportar ou permitir
"Passar da oposição (sempre uma discórdia) para o paradoxo (sempre sagrado) é dar um salto de consciência. Esse salto transporta-nos através do caos da meia idade e dá-nos uma visão que ilumina os dias que nos restam."
RE-LIGARE
"Só pode haver uma visão interior que faça a ponte ou que cure e suavize. Isto é o que restaura e reconcilia os opostos e de os ligar em união outra vez, sobrepondo a rotura que nos tem estado a causar tanto sofrimento. Ajuda-nos a mudar da contradição - essa contradição dolorosa em que as coisas se opõem umas às outras - para o domínio do paradoxo, onde somos capazes de conviver simultâneamente com duas noções contraditorias e dar-lhes igual dignidade. Então, e, só então, há possibilidade da graça, a experiência espiritual de contradições trazidas a um todo coerente, dando-nos uma maior unidade do que qualquer uma delas. Dizer que é melhor dar que receber é uma entrega do mesmo tipo de erro que prova que dois é igual a três. Focalizar o aspecto religiosos sobre um par de opostos é um engano. Só o domínio da síntese vale o adjectivo. Temos de restaurar a palavra RELIGIOSO/A restituindo-lhe o seu verdadeiro significado. Nessa altura reganhará o seu poder de cura. Curar, ligar, juntar, fazer ponte, voltar a juntar outra vez, estas são as nossas sagradas faculdades."
in "Owning Your Own Shadow"
de ROBERT A. JOHNSON - tradução de Aldegice Machado da Rosa
Sem comentários:
Enviar um comentário