O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, julho 22, 2003

"NUNCA SE RENDIA AO AFECTO SEM QUE O FIZESSE ENTRAR NA SUA ESCALA DE ESPIRITUALIDADE"

A. B-L.




A MONJA DE LISBOA



(...) "Ela era moldada para o amor ideal, esse amor precipitado na imaginação dos homens, pela insegurança das relações humanas, avessas a qualquer integração de Eros. Um amor que prodigalize tranquilidade quanto ao parentesco com o laço conjungal tão fastidioso de segurança conquistadora; e que, sob protecção de um poder, não cobarde mas alegórico, possa autorizar a emoção sensual sem agir sobre a sensibilidade, descarnando-a até ao âmago que é a solitária faixa onde as pessoas não se encontram mais" (...)



"A verdade é que ela foi infectada dum amor que se traduz pela unidade do corpo com a alma, a sinceridade absoluta, que é a qualidade do que é santo.
Esta natureza deslumbra e causa singulares movimentos tanto de aproximação como de repulsa. Ou se ama ou se odeia um santo. Mas de qualquer modo, evita-se enfrentar a sua realidade, porque isso impõe uma disciplina que as pessoas encaramcom certo terroe. Assim o Santo é vulgarmente relacionado com o mundo psíquico, ou com o recurso, aparentemente simples das vantagens concretas. (...)


Agustina Bessa-Luis

Sem comentários: