O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, outubro 28, 2003




O Homem da Cadeira de Balanço


precisamos criar juízo
cumprir as determinações
e tomar enérgicas providências

precisamos coibir os abusos
respeitar os sinais do tempo
e outras normas regulamentares
precisamos ficar calados
diante de certas coisas
porque assim é melhor


precisamos evitar as mãos magras das visitas
os olhos noturnos dos gatos
e o apelo da verdade.


Fernando Pessoa

"(...) produzimos e mexemo-nos sempre melhor por ciúme e rapacidade do que por nobreza e desinteresse."

E. M. CIORAN

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