A OUTRA HISTÓRIA...
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Sonhos de unidade, visão transcendente de inteireza, potência e amor, outrora representados pela Grande Mãe.
No Egipto, os Mistérios de Ísis, eram celebrados a partir de um ritual matutino e a cada hora uma celebração que só terminava na vigésima Quarta hora com a revelação dos mistérios quando as estrelas brilhavam no céu. A Grande Deusa era invocada e os segredos da vida revigorados, cultuados..
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Na medida em que o Pátrio Poder se desenvolve e a lei do mais forte se instala, o uso da agressão se impõe nas relações humanas gerando competitividade, poder, conquista, luta pela posse de um território, guerras. Surge a questão da herança, institui-se o casamento. E a posse sobre a mulher, sua sexualidade, prazer e direito à própria vida se concretiza. Ao dominar a função biológica reprodutora o homem passa a controlar a sexualidade feminina. O poder cultural passa a desenvolver-se em oposição ao poder biológico nato na mulher. A vulnerabilidade permeia a função de parir, a mulher se inferioriza, torna-se dependente e o homem trabalha e domina a natureza.(...)
Usado no culto à Grande Senhora da Lua, O Graal continha a água do poço sagrado e num coro ritualístico as sacerdotisas faziam reflectir a luz da lua na limpidez da água e celebravam a natureza, a vida e os ciclos eternos, o ir e o vir.
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O mal precisa ser elevado à consciência, pessoal e colectiva, para tornar-se fonte de criatividade.
A feiticeira, que é a antítese da mulher idealizada, símbolo das energias criadoras instituais, não domesticadas e não disciplinadas precisa ser ouvida. A integração desta sombra traz de volta a mulher selvagem, que segue seu instinto de preservação, que possui sua energia vital, sexual, que fareja o perigo, que intui a cura e sabe o que a alma está pedindo, que sabe aplacar o sofrimento e pode transmitir o dom da vida.
Esta integridade faz a ponte para a transcendência. É a mulher novamente apresentando-se como agente de mudança para uma nova etapa no desenvolvimento da consciência humana.
Das Bruxas à Psicologia
Clara Rossana Ferraro de Sá
(Excertos de artigo)
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