O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quinta-feira, outubro 16, 2003
O que o poeta diz não dizem os outros homens...
A busca do SER é sempre a busca da Alma e da Mulher amada,
a busca do GRAAL, o feminino que tanto falta ao homem como à mulher!
A Deusa e a Musa que nos inspira a um Amor maior e a toda a criatividade.
“NA MINHA POESIA HÁ UMA BUSCA DA MINHA IDENTIDADE
PORQUE EU MESMO NÃO ME CONHEÇO.”
A.R.R.
INÉDITO
Há uma mulher na minha solidão sem lábios
Que não sei se é azul ou verde
Que se apaga talvez no horizonte
Há uma mulher talvez na palavra solidão
Que nunca se destingue da palavra
Porque é a palavra mesma que não se diz
Porque é a solidão que não é ela
Há uma mulher nos confins da minha ausência
Como uma sombra da minha ausência
Como uma ausência da mesma sombra
Há uma mulher nos lábios da minha solidão
Que nunca chega a ser pronunciada
Ou é o ar de uma sede que não respiro
Ou o nada mesmo de todo a solidão
Há uma mulher de musgo nas minhas pálpebras
E outra que se esconde nos olhos e é a mesma
Há uma mulher de música
No meu sorriso
Há uma mulher de tristeza como o tempo
Na água das minhas mãos
Há tantas mulheres no meu corpo
E tantas quantas todas são uma só
Ou nenhuma
Ou nenhuma
E é a mesma que caminha contra o vento
Em qualquer rua
ANTÓNIO RAMOS ROSA
(11/6/03)
in Diário de Notícias
“Adivinho o dia em que passaremos a ler apenas telegramas e orações”
(1957)
E. M. Cioran
Se mudarmos para e-mails os telegramas e as orações para poemas...
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