O LISONJEADOR
O lisonjeador é o que há de pior no mundo. Podem estar certos de que, na primeira ocasião, vos dará um golpe, que se vingará de se ter inclinado perante vós. E como se inclina perante toda a gente…
Os lisonjeadores são traidores, sem excepção. Desprezei-os sempre, mas não desconfiei suficientemente deles.
Para nossa infelicidade, suportamos melhor alguém que nos elogia do que quem nos diz sobre nós coisas verdadeiras, portanto desagradáveis. Assim, somos nós mesmos quem favorece, quem encoraja, os nossos piores inimigos.
(…) O lisonjeador não é um futuro caluniador; ele é um caluniador disfarçado; enquanto vos canta louvores, prepara os seus golpes.
EMIL CIORAN
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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