ISHTAR
Oye mi ruego, Istar,
Luna de los Amantes.
De quien no sabe dar
enséñame a recibirlo todo.
De quien no sabe abrir-se
hasme llenar...
A adoração da Nossa Deusa Mãe e da Origem.
O Culto da Grande Mãe remonta
ao mais recuado dos tempos...
A Grande Deusa era adorada em todo o mundo antes da nossa história e já no Egipto, Isis era a Senhora por Excelência e cuja imagem vem a corresponder à imagem adoptada pela Igreja Romana com o menino ao colo e que por volta do séc. VI - no obscurecimento do seu verdadeiro culto e origem – é reencontrada em Maria, mãe de Jesus, e a liturgia bizantina celebrava a "Dormição da Mãe de Deus" - antes era a Deusa! - Mas por hora ela "dormia" e antes que acordasse eles tomaram conta... Na época, o Imperador Maurício fixou a efeméride para o dia 15 de Agosto e até aos nossos dias ficou assim registado. Através de muitas lutas, e petições, o dogma da Assunção Corpória da Nossa Senhora levou muitos séculos a ser aceite até que no séc. XVIII foi assinada a bula que o admitia, embora a Igreja Católica sòmente em 1950 através do Papa Pio XII a tenha oficializado.
(...) “Mais do que nunca, a Virgem Maria ia tomar o lugar de todas as deusas da antiguidade, suavizando os seus traços, abandonando a sexualidade, mas permanecendo sempre aquela que dá a vida e o alimento”.(...)
Substituindo assim, “uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher” (Jean Markale)
O Arquétipo da Deusa Mãe ressurge pela premência do Princípio Feminino na Terra desvastada pelo poder patriarcal de dominação do mais fraco, nomeadamente da mulher.
A Festa ou o feriado do dia (15 de Agosto) da Assunção da Nossa Senhora que a Igreja Católica celebrará amanhã foi imposta pela tradição e pela força secular da Deusa-Mãe, reminiscência do Culto "pagão" da Grande Mãe, muito anterior ao Cristianismo! Assim como substituiu todas as deusas pagãs, pelo nome de santas para as integrar no catolicismo! Enquanto isso e através dos séculos, as mulheres que tivessem ou ousassem ter voz, da mesma forma que foram perseguidos os fiès da Grande Deusa, eram perseguidas e queimadas vivas como bruxas nas figueiras da Inquisição!
Ainda o ano passado, neste mesmo dia, em alusão à celebração do dia da Nossa Senhora, ouvi um padre na televisão alertar para o facto de que apesar do dia e do culto à Virgem, não podemos adorar a Nossa Senhora e que Maria é igual a todas as mulheres...Ela serve apenas o senhor... É portanto inferior, deduzo eu, e por isso ninguém pode elevar a Mulher ou a Deusa acima do Deus Macho!
Só podemos adorar um Deus-Homem...
Quanto à irrupção do culto da Grande Mãe e da Deusa surgido em Lurdes e em Fátima e em outros lugares de Peregrinação e culto recente, são também coisas de mulheres devotas, ignorantes e inferiores e de um povo inculto e sujo, sem ornamentos nem estatuto...
À Igreja de Roma não dá crédito às mulheres, sendo os sacerdotes os detentores únicos da fé e da palavra de deus, mas acaba aproveitando-se como sempre se aproveitou das mulheres para continuar a explorar e a manter as próprias mulheres na ignorância e na sujeição católica ao macho e dono!
Eles rezam a missa vestidos e com paramentos remanescentes das Sacerdotisas da Deusa Mãe e as mulheres ajoelham-se a seus pés...Cofessam-se pecadoras...
A igreja nunca foi Mãe para as mulheres, mas sim Madrasta pois só os Homens são filhos do seu Deus...
A Grande Deusa na Antiguidade
(...) "mas a antiga detentora da soberania sobre o universo, a causa primeira de toda a existência, e isto muito antes da manifestação do Verbo que, segundo o Evangelho gnóstico de João, era no princípio (e não no começo) do mundo das relatividades concretas. A arte da Idade Média é o reflexo de um pensamento e esse pensamento, apesar do peso do dogmatismo romano, está longe de ser unívoco. Mesmo que ela não cesse de ser consoladora, e mesmo lenitiva, a virgem mediaval transmite mais do que uma mensagem, que remonta à aurora dos tempos e que se manifesta por vezes através de especulações ditas heréticas ou mesmo por meio das aberrações fantasmáticas, a saber: o conceito de uma criação permanente que não pode ser senão de natureza feminina. Se Maria foi realmente a geradora do divino enquanto “mãe portadora”, ela apenas podia ser a encarnação de um conceito preexistente que se tornou incompreensível, incomunicável e indizível, que aparece através dos diferentes mitos referentes à criação do mundo."
In "A GRANDE DEUSA " de Jean Markale
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