O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, junho 26, 2007

PRINCÍPIO FEMININO


“Pela repressão a alegria do feminino foi rebaixada como mera frivolidade; a sua sensualidade expressa foi diminuída como coisa de prostituta, ou então ridicularizada pela seu sentimentalismo ou reduzida exclusivamente a instinto maternal; a vitalidade da mulher foi submetida ao peso das obrigações e da obediência. Foi essa desvalorização que gerou filhas desenraizadas e subterrâneas do patriarcalismo, separando a força feminina da paixão, tornando-a imagem dos seus sonhos e ideais de um céu inatingível mantidos pomposamente por um espírito que soa a falso quando comparado com os padrões instintivos simbolizados pela rainha do céu e da terra”.

Foi essa desvalorização que aconteceu também ao princípio feminino em geral em todo o mundo. Depois de negarem a Deusa Mãe, e destruirem todos os vestígios de Matriarcado, perseguirem as sacerdotisas, chegando mesmo a assassinar barbaramente mulheres sábias, como foi o caso de Ipácia de Alexandria, a Igreja e o Patriarcalismo em geral que negaram a natureza profunda e alegria da mulher acabaram por “elevá-la” paradoxalmente ao altar da sua Igreja condenando-a em simultâneo ao prostíbulo...

Este foi o maior crime cometido pelo patriarcalismo contra a Mulher. Ao dividi-la entre a “santa e a puta” estabeleceu as suas leis e condenou metade da humanidade a uma segregação e fragmentação que custa à própria humanidade todo o seu infortúnio. Foi assim que os homens também se dividiram entre “os filhos do pai” e “os filhos da puta” que violam e matam mulheres e fazem as guerras em nome de Deus e da Pátria.
R. L. P.

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