O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, junho 22, 2015

O CAMINHO DA MULHER É DO FUTURO E NÃO DO PASSADO



O NOSSO TRABALHO É TODO NOVO...


A Bruxa afinal não é mais do que a mulher em pleno poder da sua intuição e consciência, do seu poder interior ligada às forças da natureza e do cosmos.
Aquilo que a igreja, os padres e toda a cultura patriarcal difundiram, nomeadamente nos contos de fadas e outros mitos e lendas, que eles deturparam, retratam a bruxa e a feiticeira como uma mulher feia e má que comia criancinhas.
Era a figura com que se assustava os meninos que não queriam comer, e para os mais adultos, a mulher que copulava com o diabo, que cometia pecados tremendos e atrocidades tais que os inquisidores não tiveram outro remédio senão as mandar para as fogueiras…
Esta é a história católica, e quanto às bruxas e às videntes do nosso tempo, de que as vizinhas e as comadres ainda há pouco anos falavam, nas aldeias e mesmo nas cidades, eram pobres mulheres ignorantes, sempre ridicularizadas, que faziam mezinhas para os maridos das consulentes abandonarem as amantes ou voltarem para casa, e prediziam outras tantas separações e desgostos de amor, e liam o futuro nas cartas, e a ideia generalizada era de que tudo isso não passava de mentiras e superstições…praticadas por mulheres pobres para gente ignorante…e de quem os intelectuais, os burgueses ou as pessoas sérias se riam, mas que acabavam muitas vezes por consultar às escondidas…
Ou então, no seu oposto, temos na América o Halloween, dia em que toda a gente brinca com abóboras, e se veste de bruxa, até crianças, como se fosse uma espécie de Carnaval…

Precisamos restituir à Mulher Bruxa, ou à Mulher Feiticeira, a ideia da sua grandeza e da sua beleza: fazê-la sentir o orgulho de ser representante da deusa.
E não há curas por si só, nem terapias, nem mezinhas, senão for a própria Mulher a querer de novo caminhar descalça (sem ideias) sobre a Terra Mãe...

O Caminho da Deusa é o Caminho da Mulher dentro de si, é a voz do Útero, é o caminho da união das duas mulheres dentro de cada mulher, é o caminho de uma Consciência Maior, o caminho do Coração que bate e é inteligente e... não há outro Caminho...
O Caminho da Mulher não é de nenhum Mestre!
De nada nos serve andar a discutir ideias velhas e novas nem belos textos sagrados ou profanos, nem as faces da deusa...
Nada serve de nada se cada mulher não andar pelo seu próprio pé...
E a mulher que quiser encontrar-se consigo mesma, tem de esquecer os outros caminhos - os caminhos do passado e o caminho dos homens e mestres - e tudo o que aprendeu ao inverso e contra ela, para poder encher o copo, o vaso, o Graal da sua memória, do seu sangue vivificante, a sua voz interna e uterina ...e não vir com o copo cheio...de razões e de ideias em nome dos homens...da sociedade...
Basta de ideias e confusões...
Vamos parar com estas querelas...ou pareceres e divergências.
O caminho da MULHER não é só do intelecto nem apenas da razão...mas essencialmente do SENTIR, do SER, da SÍNTESE...
É o Caminho irreversível do Amor...e é o Amor que tudo ama, que tudo cura, e sem ele...tudo é vão e estéril...

 rosa leonor pedro

1 comentário:

Ná M. disse...

‎"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É tempo de travessia, e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos"
Fernando Pessoa