O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, junho 09, 2015

O QUE NINGUÉM QUER VER...

"A MULHER SECULARMENTE DIVIDIDA ENTRE A "SANTA E A PUTA"


FOI O QUE ACONTECEU E ESTÁ A ACONTECER NA NOSSA CULTURA...


Enviado por uma amiga: do livro " Cultura" de Dietrich Shwanitz, editado em 1999, que consta o seguinte:
"... e, quanto mais a mulher é apresentada como mãe, mais ela é dessexualizada, o que acaba por conduzir à cisão da imagem da mulher em «a santa» e «a puta»..."

...com isto poderemos agora perceber melhor que tirando também o foco na mãe, na mulher como mãe, a sociedade, santificando-a como tal antes, e tal como o fez a cultura judaico-cristã, neste momento em que coincide com um pico da sua "emancipação-libertação", em que a mulher busca livrar-se do "peso" da maternidade e da "sujeira" da menstruação, tendo-se já liberto da situação de esposa e mãe e do lar, e isto com a suposta igualdade de direitos que o feminismo trouxe as mulheres através da sua luta deste o século passado, para o mundo de mercado e consumo, para a competição, isto é, para o mundo dos homens, - não!, não estou contra as feministas...nem contra a emancipação das mulheres (em homens?), nem das lésbicas...-  a mulher de hoje é sem dúvida a mesma mulher dividida, mas virada agora para o outro lado dessa cisão, o oposto da santa, ou seja a puta, uma vez que quis desvincular-se de mãe e ser livre e poder assim ascender numa carreira de sucesso ou não, ter uma profissão e ganhar dinheiro. Tudo bem, é a evolução dos costumes, dizem-me...mas isto aconteceu porque obviamente a Mulher já era psicologicamente cindida e dentro dessa divisão não fez senão oscilar para o lado oposto ao da santa...e é nesse sentido que estamos a assistir como essa mudança esta vertiginosamente a acontecer...
Como é evidente eu não falo do epiteto "a puta" senão de acordo com a frase inicial e sem qualquer conotação moral ou crítica - limito-me a factos e contra factos (bem visíveis por sinal) na sociedade de hoje...não há argumentos, pois argumentar contra o óbvio é coisa que os homens adoram fazer...assim como branquear as questões mais incómodas da sua "terminologia" habitual sobre a mulher... 

Podemos ver, sim, está a acontecer no mundo moderno, na televisão e nos Mídia, no cinema e na moda, podemos  ver claramente essa ascensão da "puta" em todas as formas de comportamento e mentalidade, na linguagem grosseira e sexualizada (caralho!) na mulher, porque a mulher não sabe o que é uma MULHER YONI, ela não sabe o que é a mulher EM SI; ela não sabe o que é ser  a mulher sem ser em função da sua divisão interna e portanto do seu corpo...e foi e continuará a ser sempre uma ou outra, a "santa ou puta" se não se encontrar em si e à sua essência ao centro, no coração, na alma...se não consciencializar (ter consciência da psique feminina, do lado feminino do ser), do seu drama de dominada e esvaziada de entranhas neste sistema que assim a dividiu intrinsecamente e a marcou e modelou...e assim a continua a anular e a colocar a mulher  ao seu serviço: antes era em casa e na igreja santificada como mãe (mas já não consegue voltar atrás)...ou no trabalho produtivo, na rua, bares e cafés, restaurantes e botiques e no bordel (agora acompanhante de luxo ou barriga de aluguer) ou ainda soldado ou deputada...fardada, viril, "mulher de armas" como se gosta tanto de dizer...sem mamas, sem ovários, sem útero...só aparência, só silicone...
A Mulher Verdadeira não existe há séculos, a Mulher Integral a mulher inteira, coesa ou integral na sua natureza ontológica, mulher visceral e ctónica, bruxa e curadora, senhora de si, e realmente livre...não existe...
Ou se perderá para sempre...ou renascerá das cinzas de todas as fogueiras...
A eterna Virgem, a Filha sacrificada ao Pai e ao seu deus...nesta "guerra de tronos" deste mundo podre...

ROSALEONORPEDRO

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