O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 10, 2015

GRATIDÃO



Oração de gratidão

Para todas as mulheres maduras e espertas que estão aprendendo quando é o momento certo para dizer a verdade, e a não calar, ou calar quando o silêncio é mais forte do que as palavras.
Para todas as mulheres que estão a chegar à maturidade, que estão a aprender a ser gentis quando seria mais fácil serem cruéis...
Que sabem poder ferir quando a situação o reclama, mas com um corte claro e preciso...

Que estão a exercer e a dizer toda a verdade, com toda a piedade.

...Para todas aquelas que violam as convenções e apertam a mão dos estrangeiros saudando-os como se os tivesse visto crescer e conhecidos desde sempre...
Para todas aquelas que estão aprendendo a agitar os ossos, a remover as águas, e a cama, mas também a apaziguar as tempestades...
Para aquelas que ainda mantêm o azeite das suas lamparinas que mantêm a calma na vida quotidiana...
Para aquelas que perpetuam os rituais, que recordam como acender o fogo com um simples fio e um sílice (rocha dura)...
Para aquelas que eles recitam as antigas preces, que recordam os símbolos, as formas, as palavras, as músicas, as danças, e aquilo que os ritos, em outro tempo, procuravam apaziguar....
Para aquelas que que bendizem com frequência e com gosto os outros...
Para aquelas mulheres maduras que não têm medo, ou que se têm, decidem de todos modos de activar com determinação...
Por elas...
Que tenham uma longa vida, em força e em saúde, enviando todas as luzes do seu imenso espírito."



Clarissa Pinkola, em "A Dança Da Grande Mãe"

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