O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 04, 2015

PORQUÊ?

As mulheres (e o homem)....

Que mulheres são estas?
Será que é mais fácil criar empatia com homens do que com mulheres?

Quando observo um grupo misto de homens e mulheres tenho realizado que as mulheres são muito mais receptivas às conversas que os homens estabelecem, valorizando através da expressão corporal, olhar, risos, tudo, mesmo as banalidades desprovidas de humor sem interesse que o homem expressa. Esta constatação magoa-me e deixa-me frustrada…porque somos assim? Porque precisamos que um homem nos valorize com a sua presença ou com a sua conversa para nos sentirmos vivas?
Porque é que a opinião de um homem tem tanta importância para uma mulher? A reacção de uma mulher ao piropo de um homem é completamente diferente de ao piropo de uma mulher. Os seus olhos brilham, os seus lábios sorriem e ela fica logo mais bonita…, precisa disso para se sentir bela!..

Onde está beleza interior, a real, a verdadeira, a que existe independente do estímulo exterior? A que existe independente do resultado do que os homens quiseram que nós fossemos!...Por um lado, as belas, sedutoras, meigas, as mães e esposas e por outro as sexuais, libidinosas e atrevidas, as mulheres que procuram fora do lar, a outra parte de uma mulher dividida pela igreja a Santa e a prostituta, a Maria e a Maria de Madalena!...
Ainda há mais partes constituintes de uma mulher e essas partilhamos com quem? Com as nossas mães? Com as nossas irmãs mulheres? A agressividade, a fealdade e o azedume? Porquê esta dicotomia de comportamento? Porque não podemos ser somente o que somos, inteiras e completas nas nossas multifacetadas dimensões?
AMFM

RESPOSTAS (e causas)...
1-
Fomos educadas e treinadas para "adorar" o homem, nada de novo. A questão deve ser posta na tomada de consciência dessa formatação que nos foi imposta sem que de livre vontade a quiséssemos aceitar. Todas, de uma forma ou de outra, somos traída por esse sentimento impregnado em nossas células. Buscamos a atenção do pai, do irmão, do filho, do colega, sempre em primeira instância a atenção do homem, a sua validação, como boas vassalas, procurando a preferência sobre nós. Por isso as outras mulheres são sempre rivais... Há que estar atentas ao nosso próprio movimento e sobre nós agir revertendo esta subordinação inconscientemente assumida por nós. Que o nosso olhar sirva de bisturi à nossa libertação, primeiramente em cada uma de nós e só depois na outras irmãs... todas sofremos no silêncio e o que a mim me dói mais é que a maioria o faz na total ignorância.
Maria de Lourdes Pinto

2-
São os danos colaterais provocados pelo patriarcado...lembremo-nos das religiões, das políticas, da economia, dos lobbyes da moda, da comunicação ,da saúde ...todos com bacharelatos, licenciatura, doutoramentos, MBA, enfim o topo dos topos da capacidade na manipulação, no crime, na mentira na sedução, contra a Mulher...inflamei-me um pouco, espero que tenha conseguido passar o que sinto.
Maria Antonieta Costa
 

2 comentários:

Maria de Lourdes de Oliveira disse...

Grata Rosa pela partilha que fazes sempre enriquecedora. Um abraço forte.
MLourdes

rosaleonor disse...

De nada, eu é que agradeço a comparticipação sempre lucida e correcta da tua parte. abraço grande
rlp