O SOFRIMENTO QUE SE CALA
E ...ESQUECE...
A mulher é tão poderosa que consegue sofrer brutalmente logo que nasce; ela consegue viver e sobreviver toda a vida como se não tivesse nenhum desse sofrimento...
Porque esse sofrimento está escondido, escamoteado, branqueado e em nome desse sofrimento, sofremos as maiores difamações de histérica, maluca, faladora, provocante, insípida, fria, frígida, cabra … é um painel infinito de epítetos em que nenhuma de nós escapou, nomeadamente ao principal (o pior de todos, a puta!)
As nossas mães avisaram-nos, preparam-nos e nos castraram nesse potencial de mulher, Ser mulher integral – agora a nossa função, a nossa missão, a nossa realização é ir buscarmos essa mulher que ficou nos confins desse esquecimento. Que momento trágico, nefasto ou simplesmente absurdo, o que ficou no obscuro total da nossa vida: O momento em que a nossa mulher emergiu de maneira inocente e foi brutalmente condicionada (cala-te, veste-te, nunca mais faças isso...) coisa que não acontece com os meninos e vai ser um bom macho.
- Rosa Leonor Pedro no encontro No Ninho da Serpente de 18 de Abril de 2015, em Lisboa
Transcrição - Carla Ávila
Fotografia - Sara Rica Gonçalves no Retiro da Anciã, Novembro de 2015
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