O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, janeiro 02, 2018

A "IGUALDADE" ENTRE HOMEM E MULHER...




"Apesar dos discursos que se pretendem feministas, apesar de importantes concessões feitas ao apostolado das mulheres, a regra é sempre masculina: só um homem pode representar Jesus, e, portanto, Deus pai, pois admitir as mulheres à função sacerdotal seria voltar aos cultos julgados escandalosos anteriores ao cristianismo." - Jean Markale

Porque não escrevo para os homens...

Uma amiga tem-me dita algumas vezes porque não escrevo também para os homens..., que eles precisam de saber da cisão da mulher e de como a mulher se sente na sua pele e como essa divisão da mulher se reflecte na sua e vida deles de muitas maneiras...Deste modo, embora o Ser Humano seja uma constante que motiva o meu interesse em si e ser grande a minha preocupação ao longo da minha vida com tudo o que é humano, e isso inclui o homem e a mulher, quanto ao meu discurso é no entanto como mulher apenas que me expresso e me empenho exclusivamente numa linguagem de identificação profunda com o que é inerente ao ser feminino essencial, não aos conceitos e ideias vigentes e que são veiculas na cultura moderna e portanto o meu Foco está só e apenas na mulher em si em primeirissimo lugar e também na Mãe...
E passo a explicar as minhas razões: O homem não entra no meu discurso porque ele não só não aceita a minha voz livre e independente como reage com violência ao que digo mesmo sem que eu lhe faça qualquer avaliação de principio como homem ou como ser humano, a não ser pelo que o Homem em geral e como representante do patriarcado reflecte do seu poder e domínio sobre a mulher e dai ele não quer arredar pé (poderes e privilégios) nem aceitar nem compreender a Mulher...porque os homens em geral estão convencidos que tem poderes, tem uma confiança inaudita no falo e nas armas... - foram assim educados -, enquanto que as mulheres foram reprimidas e sufocadas na sua sexualidade...dadas como sujas e culpadas - isso forma o inconsciente colectivo da nossa humanidade...e qualquer ameaça a esse poder e domínio sobre as mulheres (mães irmãs filhas e esposas) e à sua hegemonia eles sentem-se no direito de reprimir a mulher usando argumentos sem sentido, quase sempre ofensivos, misóginos e encobertos de um pretensa razão...

Nesse aspecto tenho alguma aversão ou reacção à sua tentativa de se imiscuírem no discurso feminino, esse inconsciente desejo de querer dominar a mulher sempre, e sobretudo se esta lhe escapa aos seus desígnios, funções e definições, atacando-a e submetendo-a aos seus critérios, juízes de valor e não raro prepotência egoica, mesmo quando se dizem pela igualdade entre os sexos.

Ora, é justamente contra essa igualdade que estou, não só por ela não existir como por ela não ter sentido de base. Esta tentativa de igualar a mulher ao homem não é mais do que uma maneira de destruir e anular a mulher na sua essência, sendo também a forma que o homem agora arranjou para interferir e continuar a controlar a mulher, para ter o domínio dela ao conhecê-la como a si mesmo. Sendo a mulher igual ao homem é a ultima possibilidade de sem trabalho de diferenciar as duas naturezas opostas e complementares e de se lhe render e aprender dela algo, ele querer saber o que de facto a mulher é e desvirtuar ou destruir o seu mistério que ele não consegue desvendar nem possuir, mesmo possuindo a força a mulher ou até matando-a.
No fundo trata-se do ser excuido do ventre materno a querer ser de novo incluido e se não é possuindo sexualmente a mulher-mãe, é querendo que ela seja igual a ele e portanto nada lhe resta apreender ou saber da mulher como ente separado e diferente ...ele quer uma mulher macho e não uma mulher fêmea, dai todas estas ideologias de género promovidas por gays e lésbicas que não sabem e estão muito longe da essência Mulher e...este tem sido o escape dos homens modernos e talvez das mulheres da questão do grande mistério que continua a ser o verdadeiro Feminino. O feminino ontológico. Dai essa raiva em denigrir, em atacar, em destruir, em anular, em calar a mulher com Voz própria e que se atreve a Ser Mulher sem o incluir... este é o drama actual que os homens e mulheres modernas vivem a superfície ao pensarem como seres "iguais"!


E ASSIM CONTINUAMOS COM O DEUS PAI E O DEUS HOMEM...

Conclusão, sempre que uma mulher toma a palavra, escreve ou diz o que sente (sem ser em relação à dependência do amor e do homem) ou sempre que uma mulher tem voz própria e se afirma na sua identidade, independente, portanto sem ser em função do homem, pai filho marido ou amante, sempre que uma mulher repercute a sua palavra e expressa uma sensibilidade de forma singular e individual é chamada de feminista e sexista e acusada de tudo...e isto mesmo ou sobretudo da parte de homens que se dizem defensores da "igualdade"...e querem a força que a mulher e essa "igualdade" seja como eles pensam que é...
Sim, a qualquer palavra da mulher livre de toda a canga, eles se sentem excluídos do seu poder secular e atacam e passam para a ofensa...
rlp


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