O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 29, 2019

É PRECISO



ENFRENTAR A DOR, INTEGRAR A TRISTEZA



"Todos fazemos sofrer quando nascemos e sofremos quando morremos. Mas não é nada que a vida seja atroz; o pior é que seja vã e sem beleza."
Marguerite Yourcenar 

Não sou apologista de que devamos fugir a dor ou à tristeza...passem-se as coisas ao nível do nosso consciente ou não, sejam coisas do passado ou ainda presentes, elas devem ser integradas naturalmente e transformadas é certo, mas só depois de sentidas e compreendidas em nós, indo a sua raiz - embora nem sempre isso seja possível ao nível da razão e da lógica...Há traumas intrauterinos, há traumas de nascença… nem sempre é fácil lá chegar e identificar a nossa ferida cristalizada e na qual reside a origem da nossa dor maior...a dor da encarnação. Nem todas as almas nascem felizes ou contentes de nascer neste plano...
Sinto que, custe o que custar, devemos sempre aprofundar o sentir em si o mais sub-repticio, o mais sinuoso e deixar fluir as sensação em nós, sejam elas boas ou más, sem censura sem as bloquear...deixar vir ao de cima tudo o que nos oprime ou angustia às vezes ou nos revoltam...coisas obscuras, coisas tenebrosas, sejam memórias passadas desta ou de outras vidas, sejam acontecimentos presentes ou vagos pressentimentos...
Não sou daquelas pessoas que pensa que tudo tem de ser curado e que há terapias ou mezinhas para tudo. De maneira nenhuma! Prezo e respeito o sofrimento em si como expressão natural do meu ser face a uma realidade confusa e caótica: uma realidade (tanto interior como exterior) tantas vezes dramática ou trágica onde nada é realmente como sonhamos ou idealizamos e por isso respeito e suporto o meu sofrimento sem medo e olho o sofrimento das outras mulheres quase como uma coisa sagrada. Para mim sofrer/sentir em silêncio é tantas vezes uma forma de oração superior...Penso que é preferivel ir ao fundo da nossa dor do que recitar de cor mantras e rezas...porque há sempre o outro lado que se nos revela quando o fazemos sinceramente e sem medo...não é por acaso que se diz que "o que arde cura…" É aí no enfrentar a nossa sombra, que passa sempre por algum sofrimento oculto pois é ai que nasce o antidoto, a compreensão mais funda, o entendimento… É daí que vem a luz de dentro e nos traz uma serenidade única...inefável...
Esta sociedade de plástico e de consumo que quer tudo feliz e contente, que quer tudo consertado pelo mesmo padrão e nos vende constantemente pacotes de mentira em nome do "amor e da paz"... isso não serve de nada para a nossa evolução.
Quanto a isso, esse discurso do curar e transcender e ascender etc., irrita-me solenemente. Há dias que quase vomito esse tipo de discursos e essa montra de "espiritualidade" com que nos bombardeiam por todo o lado. Sim, prefiro a minha dor e a minha tristeza a essa alegria fictícia que abunda por ai a qualquer preço!
Tenho para mim de que "A sabedoria do amor consiste na aprendizagem pelo sofrimento, do prazer nele contido." parafraseando Ana Hatherly.


rlp

2 comentários:

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Sinto saudades minha amiga, me afastei do facebook para ter mmais tempo para me organizar e me afastar da politica, que anda deprimente. Não atinge ainda meu objetivo e ando meio presa em questões de família. Estou louca pra voltar a trabalhar e terminar os estudos, pra talvez voltar a me central no espiritual, que apesar de tudo nunca estive afastada.

Espero que possa estar tirando o melhor desse momento da sua vida.
Bjs

Helena.

rosaleonor disse...

Espero que volte mais segura e confiante, mais madura...mais o que é, tudo o que sente que é. Desejo-lhe muita sorte e que a Deusa Mãe esteja consigo em todas as suas escolhas.

Um grande beijinho e vá dando noticias.
O facebook não presta…