"Os homens reagem com frequência às palavras das mulheres - verbalizando e escrevendo - como se fossem actos de violência; às vezes os homens reagem às palavras das mulheres com violência. E por isso nós reduzimos a nossa voz. As mulheres sussurram. As mulheres pedem desculpa e justificam-se. As mulheres relativizam o que sabem. As mulheres diminuem-se. As mulheres recuam. A maioria das mulheres experienciou alguma influência masculina - hegemonia, violência, insulto, desprezo - para saber que nenhuma ameaça é em vão." - Andrea Dworkin
A MULHER
“A mulher afirma-se pela fala, tem uma capacidade de verbalização característica, tanto pela positiva, como pela negativa. Como o homem sabe disso, manda-a calar. O falar parece ser, às vezes, uma substituição do pensar, mas não: trata-se da expressão de um pensamento. Há um pensar que leva a agir, um pensar que leva a falar, um pensar que leva ...ao silêncio. Esse é o pensar profundo que se transforma em acto e obra. A tagarelice é o pensar que não assentou.
A tradição obrigou a mulher a ficar dentro de uma caixa de vidro na qual era visível, mas não audível. Então ela falou desesperadamente, mas sem qualquer efeito. Quando partiu essa prisão de vidro, a sua voz transformou-se num acto revolucionário. A mulher moderna é o efeito dessa explosão, da saída da clausura que é a casa, a família, a beleza obrigatória. Quando toma a palavra, rompe essa teia que a envolvia numa rede de silêncio e de idealização. A mulher não é a Eva, representativa da origem do mal da humanidade, nem a figura platónica que o petrarquismo elevou a ídolo." - ANA HATHERLY
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