O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 18, 2023

" Toda a vida humana no nosso planeta nasce de mulher.



" Nascido de mulher. O que significa para os homens terem nascido de um corpo de mulher "  Adrienne Rich.  


" Toda a vida humana no nosso planeta nasce de mulher. A única experiência unificadora, incontestável, partilhada por todos, homens e mulheres, é o período de meses passado a formar-nos no colo de uma mulher. Uma vez que os pequenos do homem necessitam de cuidados muito mais tempo do que os outros mamíferos, e uma vez que a divisão do trabalho desde há muito estabilidade nas sociedades do homem atribui às mulheres a quase total responsabilidade pela criação dos filhos para além de os criar e amamentar, Nós temos as primeiras experiências de amor e de decepção, de poder e ternura, através de uma mulher.
Toda a vida e até na morte, guardamos a impressão digital desta experiência. No entanto, estranhamente, há pouco material que nos ajude a compreendê-la e a utilizá-lo. Sabemos muito mais sobre os mares que navegamos do que da maternidade... há muitos elementos a indicar que a mente masculina sempre foi obcecada pela ideia do dever a vida a uma mulher, o esforço constante do filho para assimilar, compensar ou negar o Feito de ter nascido de mulher.
As mulheres também nascem das mulheres. Mas sabemos pouco sobre os efeitos culturais deste facto, porque as mulheres não foram as protagonistas e as portadoras da cultura patriarcal... expressões como ' Estéril ' ou ' sem filhos ' foram utilizadas para lhe negar qualquer identidade adicional. O termo "não pai" Não existe em nenhuma categoria social.
O fato físico da maternidade é tão visível e dramático que o homem demorou algum tempo a perceber que ele também tinha uma parte na geração. O significado de "paternidade" continua a ser tangencial, exclusivo. Ser Pai sugere fornecer espermatozóides que fertilizam o ovo. Ser mãe implica uma presença contínua, pelo menos nove meses, e geralmente durante anos. A maternidade chega-se primeiro através de um ritual de passagem de grande intensidade física e psíquica - gravidez e parto - e depois com a aprendizagem dos cuidados necessários à criança, que não se conhecem por instinto. Um homem pode gerar um filho em um momento de paixão ou de violência, e depois repartir; também pode não rever mais a mãe, não se interessar pelo filho. Nestas circunstâncias, a mãe encontra-se confrontada com uma série de escolhas dolorosas, tornadas opressivas pela sociedade: aborto, suicídio, abandono da criança, infantil, criar um filho com a marca de "Ilegítimo", geralmente na pobreza e sempre no Fora da lei. Em algumas culturas, espera-lhe a morte pelas mãos da sua família. Algum que seja a sua escolha, a sua mente nunca mais será a mesma, o seu futuro como mulher está marcado por este evento... quase todas as mulheres, mesmo que como irmãs e tias, amas, professores, mães adoptivas, madrastas , foram mães porque dedicaram seus cuidados às crianças... para a maior parte de nós foi uma mulher que nos deu continuidade e estabilidade - mas também as repulsas e negações - dos nossos primeiros anos, e nossas primeiras Sensações, as nossas primeiras experiências sociais estão associadas às mãos, aos olhos, ao corpo, à voz de uma mulher... neste livro eu tentei distinguir entre os dois significados de maternidade, geralmente sobrepostos: A relação potencial da mulher com As suas capacidades reprodutivas e com os filhos; e o instituto de maternidade que visa garantir que esse potencial - e, consequentemente, as mulheres - permaneça sob controlo masculino ".


4 comentários:

Luz de Luna disse...

E mal nos conhecemos e mesmo assim nosso corpo é perfeito para parir. Nada é mais o mesmo,
porém continuamos com a maioria das obrigações. Alguns nos anulam depois disso, só existe o bebê, outros nos invejam, outros tem pena, outros nos admiram...a maternidade é exclusivamente sua, as dores, as alegrias, os julgamentos, o cansaço. O que você vai causar na vida da sua filha, as memorias. Jamais seremos as mesmas, parece que há algo que nunca chega, até compreender a dimensão que ser mãe significa. Parece que nunca mais se pode partir, só. está por todo seu corpo e alma ter um filho

Vânia disse...

Bom dia e eu acabo de me enervar com a minha mãe ao telefone porque de facto ela não sabe o significado da palavra Mãe acabei de lhe dizer isso antes de me ligar aqui no blog precisamente. Não sabe nem quer saber. Eu sempre desejei ser Mãe mas não consegui engravidar durante o casamento apesar das tentativas. A minha mãe de sangue não sabe o significado da palavra Mãe nem o impacto da presença dela versus ausência nem tampouco dos danos q me causou. A minha mãe de sangue tem uma pedra gelada no lugar do chakra cardíaco. Bom dia precisei desabafar. Não sei se estou no sítio certo nem sei tampouco se tenho dito as coisas como deve de ser. Mas é a minha verdade. Adoro crianças e não suporto ouvir ou ver crianças. Mas vejo desenhos animados com a Mimi. Bom dia Rosa. Um abraço e um beijinho

Vânia disse...

Olá Bruna eu acabei de ler o teu comentário e identifiquei me com uma série de coisas. Pretendo desenvolver a identificação q sinto pelas minhas próprias palavras. Para ter ideia eu passei o Natal sozinha com um cateter na veia por motivos de saúde a minha mãe não atendeu telefone nem me ligou. Nem no dia 25. Faz tempo que ela só aparece ou liga para me desestabilizar e eu só percebi isso agora porque nós últimos anos tentei perdoa la por toda a negligência e o varrer para debaixo do tapete situações muito graves das quais ela sempre teve conhecimento. E eu passei os últimos anos a contar lhe meus planos meus objectivos meus sentires meus amores minhas amizades.... Recentemente disse me pessoalmente e também ao telefone q me inveja. A minha inteligência diz que a minha presença a irrita. Diz ainda ter inveja da minha descontração a falar com as pessoas, não tem a mínima noção da fobia que tenho da ansiedade q carrego por uma vida . Parece que não tem sentimentos ou emoções boas entendes? Diz me coisas de caráter pessoal completamente sem noção. As últimas vezes que entrou em minha casa deixou coisas fora do sítio desfez me a cama q fiz lavada só com um braço porque tinha uma tala no outro... Agora vem chamar me estúpida á porta de casa e deixa sacos com roupas minhas mas o que tem valor e me pertence ela não traz. O que consegui recuperar foi preciso apresentar os recibos pagos com o meu multibanco. Há mais para recuperar mas a saúde disse me stop. Já escrevi mais do que imaginei. Nós tais ditos sacos q deixa á porta com roupas minhas deixa coisas indescritíveis junto às minhas roupas. Bate na porta grita oh estúpida e deixa um saco ou dois de vez em quando. De resto os mimos são pelo telefone. Também tenho uma doença autoimune e sofro de insuficiência cardíaca etc ..dei entrada nas urgências de ambulância a seis oito dias da ceia de Natal. O coração não me ia permitir chegar a 2023. Tou aqui. Amanhã há mais e já me avisou que vem cá amanhã. Fica na porta. Porque quando abro pelo sorriso e palavras ela entra empurra me e agride me verbalmente além de desarrumar e apertar embalagens encravar as tampas dos baldes sujar loiça limpa isso tudo já acabou. Agora grita me estúpida do lado de fora da porta.creio que não me resumo como pretendia. Foi um embalo. Um desabafo de q estava a precisar muito. Ainda bem que te li q vos li. Porque conheço e começo a conhecer mais mulheres com problemas com a mãe. Eu sinceramente amava a muito. Não sinto nada. De verdade. Só passo é mal com ela com a presença dela com a voz dela pensar nela faz me vomitar. É isto pelas minhas próprias palavras. Boa noite Bruna e Rosa. A Mimi está a ver TV eu tou a descansar com ela. Com a Mimi que é a minha gata faz 5 anos este ano e está comigo desde os dois meses. A Mimi é o meu bebé a minha filhota mais linda e a minha amiga mais fiel. Por motivos de saúde tive sem ela seis a oito meses tive que me entupir de anti depressivos e ansiolíticos para suportar a ausência da Mimi. Já estamos juntas e agora só tomo um anti depressivo. Eu mesma pedi ao médico. Não estava a aguentar a pressão a depressão assim estou melhor com a Mimi e um anti depressivo para stress pós traumático.... Boa noite Bruna. Creio que são mães tóxicas que estamos a falar.

Vânia disse...

Eu também cansei de ser mal tratada humilhada etc. Seja mãe namorada namorado amigo amiga vizinho médico.... Etc etc etc então estou por conta própria, não somos invisíveis e eu estou em Paz e com a consciência tão tranquila que eu digo á Bruna igualmente: Eu Sou TUDO o que preciso! Boa noite. Grata.