O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 04, 2023

A doença mais perigosa é a infecção espiritual, um estilo de vida doentio

Incrível descrição a mais exacta e realista que jamais li sobre a America...


A AMÉRICA - O Estado do Vazio


De apenas um Estado no mundo se disse que passou da barbárie para a decadência sem conhecer a civilização e esta primazia nada invejável é dos Estados Unidos da América.
Uma pátria sem pais, um não-lugar desprovido da transmissão natural de valores entre gerações caracterizado por uma única lei, a do mercado. A ética calvinista dos Padres Peregrinos que colonizaram a América do Norte, baseada no rigor, na moderação e no fanatismo determinou o espírito do capitalismo.
Para a Reforma Protestante só os predestinados são salvos para a vida eterna, os escolhidos são aqueles que através do trabalho criam riqueza, sinal da preferência divina.
A partir dessa doutrina aberrante, só poderia formar-se a perversa mentalidade da fortuna económica a qualquer custo, da exploração de todos os recursos naturais e dos mais fracos, do triunfo do egoísmo como sentimento característico do capitalismo. Uma nação fundada em semelhantes valores negativos só poderia tornar-se o posto avançado da decadência, o caldeirão das modas mais estúpidas e vulgares, onde a cultura é substituída pela tecnologia e a mente regride ao nível infantil.
A sociedade narcisista das aparências em que se deve ter tudo e imediatamente, sem sacrifício e sem o verdadeiro conhecimento que é o conhecimento espiritual. Destruindo deliberadamente as tradições para uniformizar o povo num só rebanho condicionado para o consumo compulsivo, as forças de subversão que agitam o mundo nos bastidores da história difundiram a mentalidade do capitalismo triunfante.
Ao anular o folclore da alma dos povos numa mistura patológica de usos e costumes, a sociedade multiétnica enfraquece as estruturas mentais. Culturas incompatíveis e línguas incompreensíveis determinam o empobrecimento da vida interior e o enfraquecimento do pensamento. A violência crónica da sociedade estado-unidense com os seus massacres sem motivo, com os motins raciais, com a delinquência que infesta os bairros mais pobres provoca reações agressivas como defesa psíquica contra o medo, desencadeando embates sociais cada vez mais sangrentos.
O medo do estranho é natural ma psique humana e manifesta-se desde os primeiros meses de vida, induzido por experiências de agressividade ligadas à separação da mãe. Um conjunto de estranhos, sujeitos diferentes e incompatíveis, desencadeia a violência, cuja causa é hipocritamente atribuída à difusão de armas, objectos inanimados e sem vontade, enquanto a verdadeira razão está no transtorno mental em massa característico da sociedade multirracial.
As tradições familiares e tribais geram harmonia, enquanto a existência despersonalizada do mundo tecnológico dos sem-pátria traz sofrimento e dificuldades.
Uma realidade plana sem propósito para além da acumulação, sem sonhos e ideias e uma vida sem espiritualidade estão na origem da alienação capitalista. Da civilização do ser à do ter para acabar no mundo artificial da aparência, ficção para impressionar os outros, outros narcisistas apanhados no redemoinho do exibicionismo.
O efeito final é a dissolução do humano no animal, a hibridação com a máquina, a perda do centro cujo estágio terminal é representado pelo Silicon Valley, símbolo do capitalismo de vigilância.
A falsa democracia americana, na realidade autocracia do dinheiro, é exportada com agressões armadas, com guerras de invasão, com bombardeamentos de povos livres para submetê-los à polícia do mundo.
Nunca guerra no próprio território, apenas ocupação de espaços alheios, corrompendo com o dinheiro os sátrapas locais que traem o seu povo e depois são deixados à mercê da sua vingança.
Noriega, Saddam, os líderes das Revoluções Laranja, da Primavera Árabe, idiotas úteis ao serviço do imperialismo americano, comprados, explorados e depois abandonados a um destino trágico.
Os EUA não são um império que encarne alguma autoridade espiritual, nem portadores de civilização, pela sua risível escassez intelectual, nem uma forja de cultura produzindo exclusivamente modas nocivas à alma. São só criadores de novos mercados e de novos escravos a serem explorados e do mais inferior tipo humano da história: o consumidor de comida de plástico que faz deles um povo de obesos. A civilização nutritiva é sua única conquista histórica, nem monumentos nem obras de arte, nem códigos legais nem panteões de Deuses, apenas técnica, dinheiro e vil materialidade.
O único verdadeiro estado desonesto que perpetrou o genocídio dos nativos americanos para lhes roubar as terras, destruiu cidades europeias com bombardeamentos e lançou bombas atómicas após a guerra.
No final da Segunda Guerra Mundial a abadia de Montecassino, fundada por Benedetto da Norcia em 529, foi arrasada por 144 bombardeiros americanos com um grande massacre de civis. Essa loucura não bélica foi fruto da mais total ignorância histórica, do desprezo pela arte e pela civilização que deu origem à cultura ocidental.
A doença mais perigosa é a infecção espiritual, um estilo de vida doentio e corruptor que reduziu o mundo a um banco. Povos com culturas milenares falam como americanos, vestem-se como eles, copiam o seu estilo de vida, traindo as suas origens e tradições.
Quando nos conformamos com o pior, somos piores do que eles.

Roberto Giacomelli

Sem comentários: