O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 05, 2023

O ego é um mecanismo de sobrevivência:


"O ego é tão patológico para a criatura humana como é o fratricídio para a fraternidade.

"Ronald Laing diz que a verdadeira saúde mental implica, de uma forma ou outra, a dissolução do ego normal. Até esse ponto o ego é uma perversa impostura.

Em realidade, como diz a Polla Records, não somos nada.
O ego é um dispositivo que fabricamos para nos adaptarmos a este mundo; porque de outra forma, psiquicamente não poderíamos suportar nem aguentar viver nele. A manipulação sistemática das reacções de sobrevivência, junto às imagens, os conceitos e outras formas de representação, formam, numa parte de nossa psique, o ego.
O ego é uma imagem falsificada de nossos sentimentos e emoções; uma determinada percepção de si e de como devem ser a nossas relações com os outros. Uma introjeção da sociedade em nosso corpo que faz com que nos tornemos agentes da realização do Poder, por activo e por passivo.
Origina-se como mecanismo de sobrevivência para ‘viver’ com os desejos anulados, e num entorno devastado onde levantaram um mundo que funciona ao revés da vida, com luta fratricida, competitividade, possessão. O ego é tão patológico para a criatura humana como é o fratricídio para a fraternidade."

O assalto ao Hades - Cacilda Rodrígañez

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