SABE A MULHER O SEU DESEJO OU VIVE APENAS O DESEJO DO HOMEM COMO SE FOSSE SEU?
É BOM LEMBRAR QUE - “Para que a mulher possa se amar sem necessariamente passar pelo desejo do homem, ela precisa da reconstrução de uma genealogia feminina, especialmente de uma crítica da relação vertical mãe/ filha, que modele e permita uma abertura para a transcendência dentro da horizontalidade das relações entre mulheres, se não, correm o risco de encararem interesses disformes ou cair em uma competição selvagem, quase animal, que, na ausência de regras, seria inevitavelmente destrutiva” - Wanda Tomas
temenos*
In Personas sexuais de Camille Paglia
*É uma palavra grega que significa lugar sagrado e protegido
“O corpo feminino é um espaço secreto, sagrado. É um recito ritual, um temenos, palavra grega que adoptei nos meus estudos sobre arte. No espaço marcado do corpo feminino, a natureza opera o seu registo mais tenebroso e mecânico. Cada mulher é uma sacerdotisa que guarda o temenos dos mistérios demónincos.
(…)
O corpo feminino é o protótipo de todos os espaços sagrados, desde a caverna-santuário, ao Templo e à Igreja. O Útero é o velado santo sanctorum, um grande desafio, como veremos, para polemistas sexuais como William Blake, que procura abolir a culpa e o secretismo do sexo. O tabu que envolve o corpo feminino é idêntico ao que sempre paira sobre os lugares mágicos.
A mulher é literalmente o oculto, o esconso. Estes misteriosos significados não podem ser alterados, podem apenas ser suprimidos temporariamente, até irromperem de novo na consciência cultural. Nada pode fazer contra o arquétipo. Só destruindo a imaginação e a lobotomizando o cérebro, só castrando e operando, é que os sexos se tornariam iguais. Até lá, temos de viver e sonhar na demónica turbulência da natureza.”
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O corpo feminino é o protótipo de todos os espaços sagrados, desde a caverna-santuário, ao Templo e à Igreja. O Útero é o velado santo sanctorum, um grande desafio, como veremos, para polemistas sexuais como William Blake, que procura abolir a culpa e o secretismo do sexo. O tabu que envolve o corpo feminino é idêntico ao que sempre paira sobre os lugares mágicos.
A mulher é literalmente o oculto, o esconso. Estes misteriosos significados não podem ser alterados, podem apenas ser suprimidos temporariamente, até irromperem de novo na consciência cultural. Nada pode fazer contra o arquétipo. Só destruindo a imaginação e a lobotomizando o cérebro, só castrando e operando, é que os sexos se tornariam iguais. Até lá, temos de viver e sonhar na demónica turbulência da natureza.”
In Personas sexuais de Camille Paglia
*É uma palavra grega que significa lugar sagrado e protegido
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