O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 12, 2005

EM DELFOS AS MULHERES PERDERAM A VOZ
E O ORÁCULO DA SERPENTE MORTA POR APOLO...


Daí para a frente os patriarcas e os políticos vaticinaram na mentira e nos interesses das suas guerras e intrigas. Caladas as mulheres, submetidas pelo seu controle, caladas na sua voz interior e impedidas de consultar o Oráculo da Deusa e da Terra, deu-se a sisão milenar que ainda nos afecta.
Dessa sisão histórica e cultural considerada mitológica, resultou o "histerismo", decontrole emocional da mulher que a leva ainda a expressar-se "sem direcção" porque sem orientação da Deusa, mas que faz dela irromper VERDADES que incomodam e que tanto ela como a sociedade querem calar. Nada como os médicos e cientistas, psicólogos no meio, para anestesiar a mulher e acalmá-la com remédios na sua fúria verbal de denúncia irracional do que SENTE mais forte do que ela...

A VOZ DO ÚTERO

De uma forma actual o autor das "Duas Vozes", William Golding, descreve o melhor que pode essa separação entre A Voz do Oráculo e a voz da intriga política, e a mulher ao serviço dos Deus Pai, tal como hoje vivemos.
E diz esta coisa fantástica que denota o conhecimento e respeito profundo pela natureza integral da Mulher que ele redescobre...


“As mulheres por vezes ficam histéricas e fazem e dizem as coisa mais estranhas. Mas esta observação vai dar a volta e morder a própria cauda: talvez a verdade da vida e do viver resida nas estranhas coisas que as mulheres fazem e dizem quando estão histéricas"


in “ As Duas Vozes”- de William Golding (Prémio Nobel de 1983).

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