O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 17, 2016

ROSA MATER : A nossa trágica herança grega...continua...



LER E RELER...


"É então pela garganta que, em Eurípides, Neoptólemo, como bom sacrificador, imola a virgem, golpeada no ponto fraco das mulheres. Sem dúvida não estava ao alcance da tragédia destruir um discurso predominante: não é ainda na garganta ou, se se preferir, no pescoço, que desde a época arcaica Aquiles fere mortalmente Pentesiléia?* A garganta ainda e sempre, na guerra como no sacrifício: escolha significativa, sem dúvida, numa tradição nutrida pela epopéia, onde o corpo viril se... oferece inteiro aos ferimentos fatais. Para esclarecer a regularidade – dir-se-á a monotonia? – dessa reiteração, sem dúvida seria necessário procurar-lhe a lei fora do universo trágico, junto à reflexão ginecológica dos gregos onde a mulher é imaginada entre duas bocas, entre dois colos, onde o comportamento errático da matriz embarga brutalmente a voz na garganta das mulheres, onde muitas moças em idade de ser nymphai se enforcam para escapar à sufocação temível que as enlouquece no interior de seu corpo. "(...)


ROSA MATER : A nossa trágica herança grega...continua...: Maneiras Trágicas de Matar uma Mulher de Nicole Loraux (...) o paradoxo da morte gloriosa das mulheres é que a única morte bela é a ...

3 comentários:

Vânia disse...

TPC's... Que bom. Beijinhos.

rosaleonor disse...

beijinhos!

Vânia disse...

Descobri recente ou pus accao em algo q ja sei ha 35 anos. Q so posso contar comigo mesma.. Quanto ao golpe na garganta e colocar o quanto antes as maos ao pescoco a fim d estancar o mesmo. Arrastar me no lodo da floresta e voltar a civilizacao uma guerreira capaz de me enfrentar neste mundo caotico. E mais uma vitima d um marido ciumento q n aceitou divorcio. Por isso eu afago meu proprio pescoco. Ja chega d cicatrizes. Agora e d cuidar das q ficaram. E bom mas n e facil. Li reli ...