(...) “Mais do que nunca, a Virgem Maria ia tomar o lugar de todas as deusas da antiguidade, suavizando os seus traços, abandonando a sexualidade, mas permanecendo sempre aquela que dá a vida e o alimento.” (...)
Substituindo assim, “uma divindade feminina cuja função materna se desdobrava necessariamente numa função erótica. Sabemos muito bem que essa função erótica iria ser escondida desde o início de um cristianismo inteiramente orientado para uma masculinidade triunfante e uma castidade exemplar, resultante a maior parte do tempo de um terror instintivo relativamente aos mistérios da mulher.”(...)
(...)” E nunca mais devemos esquecer que o nome de Alá substitui o de uma antiga deusa da Arábia pré-islamita, deusa solar cujo simulacro era a célebre pedra Negra de Caaba, em Meca, um meteorito, portanto um Dom do céu caido sobre a terra, e que simbilozava maravilhosamente, de maneira inteiramente abstracta, a grandeza e o poder da dinvindade.”
In A Grande Deusa de Jean Markale.
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Evocação a Ishtar (excerto)(no feminino)
Eu te evoco, imóvil e exausta, sofredora e tua escrava;
Guarda-me senhora, acolhe a minha prece,
Escuta-me ó benigna, ouve a minha súplica.
Piedade! reclama por mim, o teu ânimo está desenfreado.
Piedade! para o meu corpo todo em gemidos,
desmaiando .
Piedade! Pelo meu coração enfermo, cheio de lágrimas
Suspirando.
Piedade! Pelos meus pressentimentos confusos
que me atormentam.
Piedade! Por minha casa apreensiva que geme em pranto
Piedade! Por meu ânimo conturbado entre lágrimas
Contínuas...
Ishtar, (...) teus olhos benignos, pousem sobre mim,
Com teu rosto sorridente, olha-me com bondade.
Afasta os males perversos do meu corpo e
Deixa que eu veja a tua clara Luz.
oração secular
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