“NESTE MALFADADO PAÍS, TUDO O QUE É NOBRE SUICÍDA-SE; TUDO O QUE É CANALHA TRIUNFA”
Manuel Laranjeira - médico e escritor, suicidou-se com 35 anos.
Escreveu:
“Sinto uma grande fadiga moral, um piedoso desprezo, por tudo, pelas coisas e sobretudo pelos homens”
(...) “Eu não sinto o vazio universal como Antero: sinto uma coisa pior - sinto a torpeza universal”
Fim do século XIX...
Principio do Século XXI – Neste Malfadado Mundo...
A América e os seus aliados escrevem a sangue o Livro do Diabo: “As mil e uma noites de horror”...
E nesse inferno das armas e agressão das potências, a raiva dos homens e o ódio triunfam: “morrem os justos pelos pecadores”.
Os homens bons e da Paz que resistem, matam-se com bombas...traiçoeiramente...
Porque é que sempre assim foi? Ou desde quando?
ESTE NOSSO ESTRANHO FADO...
Tantas vezes usámos impunemente os Poetas e a Poesia para enaltecer a nossa estupidez e mediocridade como se fosse a coisa mais legítima...
Camões, Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Antero, os mais sublimes e mais lúcidos dos poetas portugueses ao serviço do jogo mais ridículo e embrutecedor que as massas preferem, vulgarizar!... e como os cabotinos se enaltecem com o que os outros fazem!
Sinto a minha alma de luto sim, e triste, por tudo o acontece neste mundo e por nada...
mas principalmente porque já ninguém pensa no que está a fazer e até Manuel Alegre um poeta que na adolescência eu admirava como político vivo...
fez um poema a Figo...Será verdade?
Estranha Musa a que elegemos neste tempo de “homens de pés pequenos e cabeça a condizer”
Não me digam que não é triste o nosso fado...
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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