“O andrógino existe, e está presente em cada um de nós. Mas como podemos descrevê-lo? É como se as moléculas do nosso ser dançassem juntas sem se tocar. Para alguns, isso pode parecer uma ideia nova; para outros, é tão antiga quanto a dança mística do Homem-Mulher-Deus, Chiva, que actua no meio do círculo ígneo como o Destruidor daquilo que envelheceu e já foi preservado por tempo demais, rumo ao caos primordial do qual brotará sempre algo novo da sua criação.
Alguém poderia perguntar: e como nos tornamos andróginos? A resposta é que nós não nos tornamos andróginos; nós já somos andróginos. Basta sermos nós mesmos. Não é necessário aprender como. Isso pode parecer a coisa mais fácil do mundo mas, para uma sociedade que se tornou perita em manipular, forçar e condicionar a psique a adaptar-se a um mundo que aparentemente exige essa adaptação, talvez haja muito a desaprender no processo “. (...)
June Singer
E porque já somos todos andróginos à partida, significa que cada ser tem de nascença e fazendo parte da sua Origem profunda a dualidade dos sexos (feminino e masculino) e só num percurso evolutivo consciente de si que o permitirá, unindo e integrando esses dois lados do seu SER em si mesmo, transcender a separação e a dor causada por essa dualidade - incompletude - que nos separa a todos, vivida na pele como se fossêmos seres contráriois e antagónicos e condenados a errância e ao pecado...
A "homossexualidade" não é senão o anunciar dessa androginia em cada um dos seres definidos à partida como homem e mulher, mas ambos com os seus opostos anima-animus dentro de si e nessa luta inicialmente inconsciente pode manfestar à partida essa dualidade apenas no campo sexual e de forma algo narcísica envolver um objecto do mesmo sexo sem compreender essa alternância a um nível transcendente. Ora, estão errados os "heterossexuais" que excluem a "homossexualidade" condenando-a simplesmente, como estão errados os homossexuais ao se afirmarem apenas pela sua sexualidade, assim como estão errados os "místicos" que a subtraiem da sua vivência como manisfestação do seu outro lado por medo do pecado.
Vem esta nota a propósito de artigo saído numa revista "BIOSOFIA" que se pretende de alto gabarito no plano espiritual e acaba apenas por repetir o erro que vem do tabu religioso que a Igreja impôs desde sempre aos seus fiés, não vendo nem deixando ver a Causa Profunda dessa interecção em cada ser dos seus lados feminino-masculino, condenando-o a doença e desvio...
De facto é inadmissível de gente supostamente responsável um tal atrazo de visão redutora.
Tão pouco o Vaticano devia tocar no assunto quando os padres são as principais vítimas da ignorância de um Princípio Alquímico absoluto! Os dois em Um tal como Deus é Deusa em todas as cosmogonias e só a Igreja Católica, aberrante desde sempre nos seus sacrifícios e vítimas de perseguições ao longo dos séculos, os dividiu e subalternizou a "Virgem", atrasando a Humanidade do seu curso de Evolução que era e é de unir os dois lados de cada ser humano em si mesmo até a elevar à Divindade encarnada nesse casamento alquímico interior!
- A NATUREZA REAL DO SER AINDA ESTÁ POR SE EXPANDIR NA SUA TOTALIDADE!...
E NÃO HÁ NENHUMA IGREJA NO MUNDO, NEM SEITA, NEM MESTRE CAPAZ DE ATIRAR A PRIMEIRA PEDRA, excepto na Nigéria na India e nas Arábias onde as mulheres são enterradas vivas e mortas à pedrada por bestas que se julgam humanos e religiosos!
Rosa Leonor Pedro
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