O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
segunda-feira, abril 05, 2004
>A MULHER E O PODER TEMPORAL...
COMO SERIA OU JÁ FOI?
“Muitas das deusas -anciãs foram rebaixadas, quando o seu povo foi vencido ou convertido, para velhas, madrastas malvadas, bruxas habitantes das florestas e outras vilãs de contos de fadas e lendas. Assim encontramos muitas dessas anciãs que surgem como figuras maldosas ou ameaçadoras para aqueles que não se sentem à vontade com as mulheres de poder.”
- Não é por acaso que sempre que uma mulher impõe a sua vontade ou é assertiva ou segura de si é logo apelidada de megera ou bruxa... Na nossa sociedade e nos nossos dias ainda é comum e por dá cá aquela palha sempre que uma mulher se impõe é mal vista e considerada logo como uma aventureira com todos os sinônimos que isso acarreta... sobretudo se é mais nova e piora bastante se for bonita...Toda esta mentalidade, EMBORA DESSIMULADA E QUASE INCONSCIENTE Perdura E A perseguição á mulher e à bruxa CONTINUA desde há milénios DEPOIS do retrocesso histórico cultural em que a mulher foi relegada para planos de sujeição e exploração dos homens em quase todo o mundo.
No Oriente é absolutamente clara essa "perseguição" na Burka e ainda com a condenação à morte das mulheres que "desonram" os homens (a família patriarcal). No Ociedente foi aparentemente mudando ao longo dos séculos, mas no essencial que são as mentalidades e direitos reais, ainda não mudou quase nada embora as mulheres tenham a liberdade de serem o que os homens esperam e desejam delas...Libertinas ou objectos sexuais...umas, as outras, sérias e fiéis aos maridos.
A luta subtil contra o poder inato da mulher por ser intrínseco e natural nunca cessou. Trata-se de um poder de amor e compaixão, tolerância e abnegação e não de domínio sobre os outros e nisso reside a grande diferença entre o princípio feminino e o princípio masculino.
Há registos e não são só lendas desse poder e dos benefícios de ser a mulher a governar, cujas razões nos aparecem a seguir muito bem expressas:
“Há duas variações da imagem da anciã: a rainha e a sacerdotisa. Em algumas culturas estes papéis combinavam-se de modo que as rainhas conduziam o seu tanto na religião como na política. A imagem da mulher como poderosa chefe de estado, e a correspondente imagem da mesma em ligação directa com o divino, têm em comum o aspecto de serviço à comunidade. Pois a Anciã não busca o poder para si mesma, mas pelo que pode fazer pelo seu povo. Analogamente, não procura a ligação com o divino apenas para desfrutar do êxtase que esta lhe proporciona; antes por meio desta ligação , poder ajudar o seu povo. Assim a anciã é uma forma da deusa particularmente nobre e altruísta. Representa os ideais de cooperação e harmonia social, assim como a força e a sabedoria que permitem atingir essa harmonia.”
in o "Caminho da Deusa" de Patricia Monaghan
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