A idéia de criar a união das mulheres em todo mundo é mais do que oportuna.
Nos dias difíceis dos levantes mundiais, da desunião humana, da negligência de todos os princípios superiores do Ser, que são os únicos doadores verdadeiros de vida, e que levam à evolução do mundo, deve ser ouvida uma voz chamando para a ressurreição do espírito e para a introdução do fogo da conquista em todas as ações da vida. E, com certeza, esta voz deve ser a voz da mulher, que durante milênios bebeu o cálice do sofrimento e da humilhação, e forjou seu espírito na maior paciência.
Agora, que a mulher — A Mãe do Mundo — diga: «Haja Luz», e que ela afirme suas conquistas ardentes. Como será esta Luz, quais das suas conquistas serão as grandes e ardentes? A bandeira do espírito será hasteada e nela será inscrito «Amor, Conhecimento e Beleza». Sim, só o coração da mulher, a mãe, pode unir sob esta Bandeira as crianças de todo o mundo, sem distinção de sexo, raça, nacionalidade e religião.
A mulher — mãe e esposa — testemunha do desenvolvimento do gênio do homem, pode avaliar o grande significado da cultura do pensamento e conhecimento.
A mulher — inspiradora da beleza - conhece toda a força, todo o poder sintetizador da beleza.
A mulher — portadora do poder sagrado e do conhecimento do espírito — pode verdadeiramente tomar-se «A Líder».
Portanto, ergamos sem demora a grande Bandeira da Nova Era — a Era da Mãe do Mundo. Que cada mulher amplie os limites de seu lar para abranger os lares de todo o mundo. Estes inúmeros fogos fortalecerão e enfeitarão seu próprio lar.
Sabendo que a limitação leva à destruição e que a expansão gera a criação, aspiremos com todas as nossas forças à expansão de nossa consciência, ao refinamento do pensamento e do sentimento, de modo que possamos acender nossa própria lareira com o fogo criativo resultante.
Coloquemos na base da União da Mulher a aspiração ao conhecimento verdadeiro, aquela que não conhece demarcações nem limitações humanas. Porém, podem nos perguntar como se pode alcançar o verdadeiro conhecimento. Responderemos: «Este conhecimento existe no seu espírito, no seu coração. Seja capaz de acordá-lo».
(...)
A humanidade deve conscientizar a majestosa Lei Cósmica da equivalência e da grandeza dos dois Princípios como a base da Existência. A predominância de um Princípio sobre o outro criou desequilíbrio e destruição, que podem ser agora notados em toda a vida. Porém, que a mulher que compreendeu esta lei e que aspira ao equilíbrio dos Princípios, ião perca a beleza da imagem feminina; que ela não perca a ternura do coração, a sutileza dos sentimentos, o auto-sacrifício e a coragem da paciência.
A mulher, portadora do conhecimento sagrado, pode tornar-se uma força que convoca, acendendo com palavras ardentes as almas que estão prontas. É necessário dar a cada mulher de acordo com sua consciência e sem impedir seu crescimento natural e individual. É necessário, com toques cuidadosos, alargar o horizonte sobre a base do Ensinamento da Vida. Que cada alma se desenvolva de maneira natural, trazendo à luz o melhor que e a puder, de acordo com o nível de sua consciência. A beleza está na variedade, mas tudo deve ter uma base geral — a base de aspirar ao Bem Geral. A mais ampla cooperação está inscrita na Bandeira da Mãe do Mundo. Portanto, mostremos a maior tolerância.
Irmãos da Montanha Dourada, um tempo bonito, mas perigoso, está à nossa frente — um tempo de grandes conquistas. Eu lhes envio o chamado do meu coração. Armemo-nos com aspiração flamejante e coragem, e levaremos a Bandeira da Mãe do Mundo acima de todos os obstáculos — a Bandeira do Amor, do Auto-Sacrifício e da Beleza — de modo, na hora da vitória, nós a fincarmos nos Picos do Mundo.
(...)Cartas de Helena Roerich
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