O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 03, 2005

OH estrela da tarde,
dos astros todos o mais formoso...

SAFO - FRAGMENTOS

É claro que as mulheres têm medo da sua sensualidade e dos seus corpos e assim temem igualmente o espelho que são as outras mulheres. Elas foram divididas e fragmentadas e obrigadas a negar a sua sensualidade para não serem perseguidas ou ostracisadas por serem consideras na Idade Média de bruxas ou feiticeiras ou mais tarde de prostitutas. Era aquilo que o psicólogo dizia no outro dia que as mulheres portuguesas se castram....como se fosse uma questão fora do contexto histórico...Sim as mulheres “castram-se” por serem vítimas ainda do efeito do catolicismo e as consequências nefastas da pregação religiosa que vê na sexualidade da mulher o mal e a na mulher a encarnação do diabo. Nunca é demais afirmá-lo porque os conceitos e os preconceitos mantêm-se apesar da aparente liberdade das mulheres na sociedade actual. No entanto, nenhuma mulher foge ao julgamento e à marginalização social ou psicológica se se afirmar na sua totalidade e assumir a sua sexualidade seja ela qual for. Nenhuma mulher escapa ao estigma da “puta” ou de lésbica, se sair dos padrões “morais" e religiosos que empregnam as mentes ocidentais dos homens e das próprias mulheres. As mulheres estão infelizmente quase sempre umas contra as outras e isso até faz sorrir os homens. Não é por acaso que eles adoram ver "filmes" de mulheres a a puxarem-se os cabelos e a arranharem-se por disputa do macho...é assim que eles as reconhecem...E na dita sociedade moderna só se finge que já não se dá importância a tudo isso e até porque dá jeito aos homens a “liberdade” das mulheres...em certos casos. Mas continua a ser a esposa em casa e a amante no bar...ou no trabalho...e como é óbvio quando uma mulher se nega a ser puro instrumento do homem passa por lésbica embora as mulheres que se afirmam ou assumem enquanto homossexuais e lutam por uma afirmação meramente sexual também acabem por cair no mesmo erro de não integrarem a sua totalidade, ao recusar um aspecto de si mesmas. Normalmente expressam (mais) o seu lado masculino em detrimento do feminino.
r.l.p.
SIGA O MEU "DESTINO DO CORAÇÃO"...

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