O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, abril 02, 2005

QUANDO A MULHER NEGA A MÃE
E ELEGE O PAI...


Mais tarde ou mais cedo a mulher é obrigada a tomar consciência de que o “pai” ou a sociedade patriarcal afinal não a respeita como ao homem e acaba por se ressentir, consciente ou inconscientemente dessa "inferioridade" e assim pode unir-se à mãe e iniciar o processo de consciência do feminino, resgatando a sua Sombra o que implica um trabalho de consciencialização árduo e um crescimento doloroso. Se o não fizer vai apenas procurar agradar ao “pai” - marido, amante ou chefe - e ser como eles querem que ela seja ou reagir como um homem negando a sua feminilidade essencial, optando pela atitude masculina de todas as formas. Pode apenas ser a dona de casa, empregada ou uma executiva ou deputada ou ainda um “travesti” obedecendo ao padrão masculino que lhe dita um comportamento através da moda e critérios relativos em relação aos seus limites, numa aparente liberdade, mas em que é sempre não só sujeita aos seus padrões como explorada.

Raramente as mulheres comuns se apercebem destas nuances. Daí as depressões, as crises, e as doenças várias, a histeria a esquizofrenia a fibromialgia?...e as mais graves quando não degenerativas como os cancros da mama e do útero que exemplificam bem em termos simbólicos a negação da sua feminilidade! Ao não assumir a sua essência e negando a sua natureza profunda, ontológica, a mulher nega-se a si própria e sofre a sua anulação também fisicamente ao nível das doenças.

A relação da mulher com a mãe ou a relação entre Mãe e Filha é essencial no despertar da Consciência do Princípio Feminino e corresponde ao que na antiga Grécia foram durante milénios os Mistérios Euleusianos, no Culto a Deméter Deusa Mãe e sua filha Persefone. Se a Mulher não acordar para esses mistérios que são os mistérios da Natureza e da própria Mulher a que ela está intrinsecamente ligada a Vida no Planeta está ameaçada.
E isso ninguém quer ver.
Em Portugal o nível de alarme sobre a falta de água é de 55%...(Podem-se rir os machos ibéricos e outros...)A falta de água é ainda a falta do Feminino no Mundo. O excesso também no sentido do desequilíbrio dos polos feminino e masculino...Sim os Sunamis também...(Ah,ah,ah,eu também me riu, mas vamos chorar todos um dia...) Portugal vive uma "grande seca" e curiosamente as mulheres continuam a ser desprezadas e postas de lado nas decisões importantes da sociedade e do País...

Discute-se a despenalização do Aborto, mas as mulheres não são ouvidas e são os representantes do clero e os políticos que são chamados a decidir a seu belo prazer e de acordo com os seus princípios religiosos que oprimem e condenam as mulheres à subalternidade em todos os campos!

R.L.P.

Sem comentários: