(...) "Embora este presente texto, não tenha como finalidade expôr longamente sobre a história da bruxaria em Portugal, gostaríamos de salientar um aspecto que julgamos fundamental, para os que estudam este tema, e que é a distinção problemática entre os conceitos de bruxaria e feitiçaria. Ao falarmos de bruxaria e feitiçaria, somos obviamente levados a falar em Magia. Mas a que tipo de magia nos referimos? Habitualmente fala-se em: “magia branca” e “magia negra”, isto é, aquela que é benéfica e a que é malefica. Tem-se por isso em conta, nesta definição de magia, o intuito da operante em fazer o bem ou o mal.
Contudo, esta definição colorida, parece-nos demasiado obsoleta e ineficaz para a compreensão da diferenciação entre a feitiçaria e bruxaria – pois se a utilizássemos, mais tarde ou mais cedo, seriamos confrontados com um novo problema: qual das realidades aliaríamos a “magia branca” ou a “magia negra”? Será que a principal diferença entre bruxaria e feitiçaria, se encontra no facto, da feiticeira só usar um tipo de magia e a bruxa outro tipo, sendo que, pelo carácter demonológico da bruxa, esta apenas utilizaria a “magia negra”, segundo tal distinção? Mais tarde ou mais cedo, compreenderíamos que um dos principais obstáculos na saga da diferenciação entre a feiticeira e a bruxa, se encontra no facto, da feiticeira poder ser tanto benéfica como maléfica, sendo que neste segundo ponto, se encontra demasiadamente próxima da bruxa.
Preferimos então, seguir outro tipo de diferenciação magica: “magia natural” e “magia demonológica/diabólica”. Sendo que, num primeiro momento, a cisão entre a ideia de Religião e Magia se dá com os primeiros escritores cristãos e devido a necessidade de diferenciarem o Cristianismo Primitivo do Paganismo Clássico. Assim o Cristianismo, apareceria como a verdadeira religião enquanto o Paganismo seria uma falsa religião, baseada na magia que obviamente seria de origem demoníaca. Alguns dos principais autores cristãos à revelarem-se contra o Paganismo e a fundamentarem esta cisão, serão: Taciano (séc. II), Clemente de Alexandria (c. 150. – c.215), Orígenes (c. 182. –c.254) e Tertuliano. (excerto) (...) Ardath Lilith
Ler o texto em: http://stellatus.wordpress.com/2006/10/28/bruxas-e-feiticeiras/
Obrigada Marian...Eu pessoalmente também prefiro as feiticeiras ou mesmo as sacerdotisas; sei que as suas funções tal como a da Bruxa seriam destintas entre si, mas na verdade e fora dos contextos filosóficos ou metafísicos e da própria história contada pelos santos agostinho e cirilos e outros misóginos, que contribuiram grandemente para a destruição da mulher, a mim interessa-me a mulher que foi dinigrida ao longo dos séculos, perseguida e torturada pelos padres da Igreja de Roma antes de tudo.
A questão sempre foi uma só: a Mulher é Mágica, toda a Mulher que se encontre e vivencie e integre as duas mulheres cindidas pela fé do homens... desde que vivam essa dimensão do sagrado que o feminino e a Deusa lhe conferem.
Todos os tratados e estudos feitos hoje em dia com base na história dos homens, mesmo feito por mulheres, pouco relevo têm para mim enquanto a Mulher não integrar esses dois aspectos de si mesma que se manifestam em duas mulheres opostas que se odeiam e digladiam entre si como a santa e a puta...
Foi contra a Mulher Mágica e o seu Dom inato que os padres do deserto sempre lutaram e é por isso ainda hoje que as mulheres são violadas e mortas por dá cá aquela palha...
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