O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 17, 2008

SOBRE PROSTITUTAS E AMANTES


PARA QUE NÃO DIGAM QUE EU SOU RADICAL... LEIAM ESTE excerto de artigo de opinião do Diário de Notícias de ontem...
(…)
"McInerney comentou a presença de Scilda Sptizer no acto humilhante de dar a cara enquanto o seu marido declarava aos microfones que a havia traído. (…) O governador confessou um encontro com uma prostituta, Kristen, a já famosa "moreninha americana, 1,65m e 48 quilos", como se anunciava no site Emperors Club Vip, de Nova Iorque. Ele não confessou ter uma amante:


"A prostituta não é uma ameaça à estabilidade institucional e emotiva do matrimónio. Pelo contrário, historicamente sempre o reforçou", diz McInerney.

As diversas igrejas sempre toleraram as prostitutas (…)

O humorista americano H. L. Mencken declarou um dia: "A diferença entre o sexo pago e o sexo grátis é que o sexo pago costuma sair mais barato." E como Mencken era também filósofo não estava só a falar das situações brejeiras.
Como hoje ficamos a saber quase tudo, fomos informados que Kristen embarcou para aquele encontro que acabaria com a carreira de Sptizer, na Penn Station. Ao lado de Madison Square Garden, o pavilhão em que, além de grandes combates de boxe, se recorda uma cena lancinantes. No palco, uma belíssima e desesperada mulher foi anunciada pelo actor e cunhado do então presidente americano, Peter Lawford:
"Eis Marilyn Monroe..." E ela veio, coleante, tirou o agasalho de peles, mostrou o seu corpo magnífico e cantou com a voz partida: "Parabéns, Mr. President...
John Kennedy fazia anos, ainda era muito novo, julgava-se que tinha uma vida inteira à frente dele, mas essa vida, aquela voz partida sabia, não seria com ela. As mulheres dos ministros e dos generais - as fotos mostram isso - desprezaram a cantora. Mas a mais interessada, Jacqueline, a Sr.ª John Kennedy, essa, homenageou Marilyn: não foi ao Madison Square Garden. Isto é, reconheceu-lhe o papel de amante. De perigosa.”
Ferreira Fernandes

Sobre as esposas e não esposas…

"O que será que nossos homens esperam de nós e que nós nem sabemos ou sabemos e fingimos que não vemos????” (Cláudia)

- O que é isso que a mulher ignora e desconhece dela mesma ou finge não saber???

...Falta à Mulher uma parte importante de si…como tantas vezes aqui digo, falta à Mulher unir as “duas” mulheres cindidas pelas religiões, a santa e a perversa, a Virgem e a pecadora, falta à mulher integrar esses dois lados do seu ser que a o patriarcado dividiu e continua a dividir acintosamente entre a esposa no lar respeitada, as primeiras damas e as prostitutas na rua ou no bordel malditas e desprezadas pela sociedade e os Media e isso ainda o vemos todos os dia a ser implementado nos jornais noticiários e nas telenovelas…

...e passaram os anos e os séculos e ninguém quer ver nem consciencializar que essas duas mulheres fragmentadas, separadas à nascença pela educação cristã, são irmãs e mais do que irmãs são uma só e que em vez de alimentar a rivalidade entre as mulheres em todo o lado porque uma feia e outra é bonita, uma é rica e a outra é pobre, porque uma é séria e a outra curte o sexo…deve acabar e é a Consciência dessa cisão no âmago da mulher que a faz sofrer e adoecer, deve ser olhada e encarada como única forma de superar o antagonismo entre as mulheres…
Falta à mulher gostar e acreditar em si mesma!!!
Porque é que em todas as histórias há sempre “duas” mulheres em luta e competição pelo macho? Que se odeiam e puxam os cabelos? Porque é que a amiga íntima, a vedeta e a "cantora" a mulher pública é uma afronta para a primeira dama ou para a esposa? - quando se torna uma adversária fatal quando lhe quer roubar ou ameaça com a sua beleza o namorado ou o marido?

Não é esta a nossa cultura tradicional tão bem patente
no artigo de opinião do jornalista acima citado?

E mesmo que muitas mulheres pensem que tenham evoluído de muitas maneiras e se achem emancipadas (de quê pergunto?) não resolveram esta questão essencial que está ligada à essência mesmo do feminino sagrado…a união da mãe e da filha a união das três deusas…as três idades da mulher…e por aí infinitamente no Coração da Terra onde a memória ecoa ou se preferirem o DNA da Mãe que é transmitido geneticamente desde o princípio dos tempos…e não o do pai…
PS Eu sei que se um deputado ou jornalista lesse este artigo de blogue se riria da minha cara assim como em geral todos os homens se riem na cara das mulheres e elas continuam a ser apenas...
...PROSTITUTAS, AMANTES...E ESPOSAS...
(umas são mortas pela polícia secreta, outras pelas mafias, outras espancadas e mortas pelos maridos) rlp

2 comentários:

Marian - Lisboa - Portugal disse...

Sempre me surpreendo quanto alguem com uma posiçao supostamente de responsabilidade e capacidade de execução pode ser imaturo suficiente para dizer "candidamente" que: "A prostituta não é uma ameaça à estabilidade institucional e emotiva do matrimónio. Pelo contrário, historicamente sempre o reforçou", diz McInerney.
com este quilate de ética e sua generosa demonstração na sua vida privada a este ponto do campeonato, duvido imenso da governaçao do governador... e nem sei o que me aborrece mais, se a falta de etica propriamente dita, se a obvia falta de inteligencia emocional...
Feitas as contas, o Clinton saiu-se mais airosamente...
Marian

josaphat disse...

Rosa, também não é assim não né.
Nem todos os homens somos assassinos. Deputados e jornalistas, em sua maioria, andam em baixa. A revolução francesa, neste ponto, já deu o que tinha de dar. Aliás, já há muito tempo. Compreender a mulher é aceitar o desconhecido. É atingir a sabedoria/ignorância de ser capaz de amar o que se nunca saberá. Eu pretendo chegar lá.
Com a tua benção, minha senhora!