O OUTRO LADO DO SER
Às vezes penso se não tenho um anjo da guarda, se do outro lado do véu não tenho alguém que vela por mim…se os meus ancestrais ou os meus mortos não vigiam para que nada me falte…e no último momento de crise eu não caia no abismo…
Penso se não temos todos, uma vida dupla enquanto dormimos…se não somos só metade deste lado e metade do outro ou se temos de facto um duplo como diziam os egípcios…e quando morrermos encontramo-lo num corpo glória, dependentemente do que na terra fizemos…
O que seria eu do outro lado? Um ser complementar deste ou diferente?
Sim o que seria a surpresa de outra vida do outro lado do véu…e eu ser uma pessoa livre e útil…
Uma pessoa com capacidade de acção e liberdade, tão ao contrário desta…
Ser a pessoa que no sonho sonho ser ou a pessoa que sonhava ter sido…entusiasta, vibrante, solidária, activa no mundo, fazendo coisas para ajudar as pessoas e mudar o erro. Falar de paz e amor, da beleza de todas as coisas vivas…do pulsar do universo, da gota do orvalho pela manhã, dos duendes e das fadas (dos gnomos e dos anjos que nos acompanham dia e noite…talvez vê-los e estar com eles…voar nas suas asas sem cerimónia, como nos braços de uma irmã…mas isto já é demais para sonho) …
Meu Deus/a como eu gostaria de ter tido uma vida parecida ou ter sido uma pessoa assim! Uma pessoa ao serviço da nossa verdadeira humanidade e sentir em cada acto e palavra o respeito dos outros, o seu olhar benigno sobre mim e dar o meu melhor como ser humano, consciente da glória do Amor e da Vida! Amar sem dor…
Tem de haver essa outra realidade, aquela que às vezes vislumbramos no nosso coração ou sentimos ao olhar o céu e o mar, as nuvens como uma paleta infinita de cores que nos deslumbram ou os reflexos do sol na água que nos deixam extasiados, os pássaros a chilrear no seu canto tão variado, as árvores rindo e as flores a abrir …Toda a natureza tão vibrante na sua harmonia e esplendor…
Sim, há momentos como estes em que vislumbramos o infinito dentro de nós e sentimos o sopro divino a encher-nos os pulmões e percebemos a grandeza de tudo o que existe, de tudo o que se manifesta como puro milagre aos nossos olhos…
Há momentos assim em que sentimos vontade de nos ajoelhar e rezar ao universo…diante do ar puro e o vente agreste…diante da mulher grávida, do bebé que nasce, onde só pode haver veneração…e agradecer à Mãe do Universo e ao Espírito Santo a criação de tudo isto…
E de repente, sem que nos apercebamos caímos a pique, tombados de um sonho, ao ver a mão criminosa do Homem, repelente e assassina da sua própria espécie…
Vemos toda esta beleza destruída, o planeta no abismo e a terra morta, contaminada pela ambição cega e o ódio…
Como viver e coexistir entre tamanha Grandeza a da Natureza e tanta miséria do homem?
Tem de haver um lugar que não é apenas este mau sonho ou pesadelo que é vivermos asfixiados, esmagados pelas sensações de um mundo perverso e cruel, onde estamos como numa prisão…em que o medo e a dor prevalecem sobre todas as boas intenções…
Por isso digo e creio que tem de haver o outro lado do véu, uma outra Terra…menos densa, mais subtil e real que esta…
Tem de haver um corpo de Luz…luz pura que se manifeste e seja eterna!
rlp
“E esta existência paralela, na Terra Última, é tão única genuína e exclusiva quanto as existências que levamos na terceira dimensão.
E é sólida. A experiência da Terra Última é inteiramente física.”
In Terra Última de André Louro de Almeida
“E
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