O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 02, 2009

A "CRIATIVIDADE" DO HOMEM...

A IMAGEM IDEAL DA MULHER CONCEBIDA PELO HOMEM...

COMO SE CAMADAS E CAMADAS DE SILICONE MENTAL TIVESSEM TRANSFORMADO A MULHER NESTA OBRA PRIMA MASCULINA...
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Na realidade É como se a verdadeira mulher estivesse soterrada por imensas camadas de obscurantismo e falsidades...
SIM...todas as ideias, todas as mentiras, todos os embustes, todos os preconceitos e tabus que caíram sobre as mulheres as tivesse transformado num ser anacrónico, híbrido, mecânico e superficial; algo parecido com ESTA mulher de silicone fabricada pelos suecos - a imagem do lado direito - e que parece uma mulher real mas evidentemente não tem alma, nem vida…
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ESTA "MULHER" Já não é insuflável, mas perfeitauma mulher toda de silicone a imitar a mulher verdadeira…esse é certamente o ideal de mulher da grande parte dos homens… não se mexe, não fala, não se recusa e obedece em tudo e permite ainda que o seu (deles) imaginário se expanda… ela só faz o que homem quer fazer dela…não o engana e mesmo que lhe bata não se queixa, nem fica com a pele negra…
Eis finalmente a Mulher criada à imagem e semelhança do deus homem...Já não é só uma costela...mas corpo inteiro, sem alma nem vida. Missão cumprida...
rlp
RLP

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ENQUANTO ISSO, SAIBAMOS O QUE O SISTEMA FAZ COM A VERDADEIRA NATUREZA DA MULHER:
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“Finalmente, farei referência a um tema que está relacionado com a ética do cuidado, ainda que não se limite a ela: o ecofeminismo, ou união de feminismo e sensibilidade ecológica.
Essa nova corrente de pensamento e prática nasce como preocupação pela natureza
entendida de duas formas: como natureza interna (nossos próprios corpos) e como natureza externa (o meio ambiente e os seres vivos não humanos). Nossos próprios corpos são Natureza. Ainda que esteja fora de dúvida que a contaminação do meio ambiente afeta a ambos os sexos em todas as idades, reconhece-se que há grupos de maior risco, como as crianças, por exemplo. Alguns estudos indicam que também as mulheres o são, por causa da maior proporção de tecido gorduroso no corpo feminino. As substâncias químicas tóxicas fixam-se nas gorduras, o que, somado à instabilidade hormonal, explicaria a ocorrência da síndrome de sensibilidade química múltipla (SQM), entre outras patologias,nesta metade da população (The Boston Women’s Health Book Collective, 2000, p. 477-478).

No ano 2002, a Rede Medioambiental de Mulheres, com sede em Londres, denunciou o silêncio que cerca a principal causa do alarmante aumento do câncer de mama nos últimos cinqüenta anos: os xenoestrógenos(pesticidas organoclorados, dioxinas das incineradoras, resinas sintéticas e outras substâncias contidas em produtos de limpeza,invólucros de plástico, pinturas etc.), substâncias quimicamente similares aos hormôniosfemininos. Esses efeitos sobre a saúde feminina são um aspecto pouco conhecido do modelo tecnológico atual que explica o interesse de uma parte do feminismo pelos temas daecologia.”
In Filosofia e gênero: da memória do passado ao projeto de futuro
Alicia H. Puleo∗

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