O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 10, 2009

sem a lente fantástica da ilusão humana

OS OUTROS TÊM ALMA?

(…) O QUE PARECE HAVER DE DESPREZO
entre homem a homem, na indiferença que permite que se mate gente sem que se sinta que se mata, como entre os assassinos, ou sem que se pense que se está matando, como entre soldados, é que ninguém presta atenção ao facto, parece que abstruso, de que os outros são almas também.”

In O Livro do Desassossego - Fernando Pessoa

Pode não ter nada a ver com o tema em geral desta página em princípio, mas ao ler isto lembrei-me de Kissinger, da rainha da Holanda e de Rokefeller… (será que é assim que se escreve?) que eu desprezo profundamente e de quem até tenho uma espécie de pena pela seu convencimento e desumanidade...
Estas três personagens e mais umas tantas, têm-me bailado na mente…como uma fantasmagoria do tempo dos assassinos invisíveis…bem piores do que no tempo de Hitler ou de Mussoline, que sem oposição inicial conjecturaram e matarem milhares de pessoas…

Talvez, entre muitos outros factores, embora teoricamente a todos nós pareça que achamos que os outros também têm alma, no fundo-fundo de nós mesmos, comportamo-nos como se só nós existíssemos…como se os outros fossem só um monte de carne e osso…ou uma mera ilusão de óptica. E se nos incomodam ou estão a mais? Então vamos eliminá-los…Vamos varrê-los da face da Terra, que é nossa…e não pensamos a nossa morte natural, mas a morte dos que nos incomodam na nossa visão megalómana ou criminosa…
Não fazemos isto todos, todos os dias de muitas maneiras? Pode ser figurativamente, emocionalmente, simbolicamente, distraidamente, momentaneamente, inconscientemente...estamos sempre a matar alguém nem que seja com o olhar ou com o pensamento...

Que se matem uns aos outros isso a que chamamos “humanidade” (homens, principalmente)…uns e outros, porque são todos um monte de carne e osso e sangue embora uns apareçam mais bem nutridos ou melhor vestidos e os outros nus e a morrer de fome…e
só alguns, os poderosos, são gente e por isso são os que mandam matar...

Sim, falamos e damo-nos com pessoas iguais a nós, uns mais iguais e outros menos, de acordo com as nossas crenças, todos de carne e osso, mas na verdade, bem lá no fundo só nos interessa o nosso umbigo, ou a marca do nosso casaco, ou se por acaso os outros nos trazem benefícios a curto prazo…e por isso não queremos ver porque se matam "os outros"...
Somos todos os servos, criados, trabalhadores, empregados…poderosos, reis, ricos, pobres e miseráveis, assim se vê e divide a humanidade!

rlp

2 comentários:

RENATOGOMESPEREIRA disse...

sobre a exist~encia da alma nos animais leia o médico filósofo hispanico GOMEZ PEREIRA

rosaleonor disse...

Muito obrigada pela informação que muito me interessa...

um abraço

rosa leonor