- As vezes parece que tenho uma causa…que sei qualquer coisa…outras, como hoje, sinto que nada sei e que tudo não passa de ideias e pressupostos…E isso acontece sempre que releio Fernando Pessoa…
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“A procura de verdade –seja a verdade subjectiva do convencimento, a objectiva da realidade, ou a social do dinheiro ou do poder – traz sempre consigo, se nela se emprega quem merece prémio, o conhecimento último da sua inexistência. A sorte grande da vida sai somente aos que compram por acaso.
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A arte tem valia porque nos tira de aqui."
Ou …
“O sagrado instinto de não ter teorias”
Às vezes até parece que é crime não ter teorias...
Hoje em dia, são tantas e tão variadas as novas crenças que todos temos que ter a certeza, já não do bem e do mal, mas de um amor salvífico que não é mais do que imaginação activa...Vejo que há ideias fantásticas e mirabolantes sobre o Amor e a Verdade...e tanta gente iluminada que fala com certezas de um mundo que eu não vejo...
Por isso sei que até parece mal não ter teorias e pior ainda não ter certezas neste mundo. Eu não tenho nenhuma hoje, e tenho-o dito às minhas amigas (ia a escrever amigos, mas amigos só tenho um e amigas por assim dizer tenho muitas…) e sei que fico mal vista. Mas há dias em que não creio mesmo em nada, não sei nada. Talvez a minha alma esteja longe de mim e eu esteja confusa…Habituei-me a mim mesma e ao meu discurso em defesa de uma causa – parece que sempre tive uma causa e essa causa foram “as mulheres e deusas” – mas há dias que algo me ultrapassa e à ideia das causas e os discursos…
A vida em si perde todo o sentido e isto de olhar os outros, digo as outras mulheres como causa e as deusas que já foram e ainda não são, não é bem a minha causa porque eu não sou homem nem mulher, não sou sequer humana, é o que me parece às vezes quando subjectivamente me vejo fora de tudo e do mundo. E pergunto se vale a pena continuar a viver a fingir que tenho uma causa e que acredito nela de coração e alma…Sim, de coração e às cegas acredito nas mulheres e deusas como causa, mas de alma não, porque a alma está para lá do ser homem ou mulher e de todas as causas…
A alma meu Deus/a…é o infinito que dentro de mim não atinjo, o meu ser verdadeiro que não vejo…e receio bem que o único espelho que mo devolva seja a morte de tudo o que os meus olhos físicos enxergam e o que a minha imaginação efabula…
rlp
3 comentários:
Bem opino que mais vale a vida inteira há procura da verdade, mesmo sem encontrá-la, que uma vida na ignorância, vivendo uma mentira.
Há dias assim, nublados. Mas não nos temos de sentir como a Terra, mas sim como o sol.
Fraternalmente :.
Agradeço as suas palavras de verdade...
um abraço fraterno
rosa leonor
Nas religioes afro-brasileiras todo " filho de santo" carrega em seu ori ( como santo um orixa).
Sempre procura-se saber qual o pai, mas nunca se esquece da mãe.
O belo é ver um filho de santo( homem) que carrega de frente uma " IABA" um orixa feminino. Onde ele deixa a sua mãe guiar-te, conduzir, onde ele faz a festa de fazer a cabeça pra ela.
Lembro da minha iniciação.
http://rehmoreira.blogspot.com/2009/08/iniciacao.html
Quando vemos um filho homem ( aquele que representa o patriarco)
Guiado pela mãe a esperança da futura igualdade entre o polo feminino e masculino.
Iemanja é a grande mãe deusa dos mares
Oxum é a deusa dos rios,da fertilidade da beleza e da riqueza
Iansã é a deusa das batalhas e tempestades
Nanã é a deusa da felicidade
Obá é a deusa virgem da justiça.
e por ai se vai o interessante que todas elas são respeitadas da mesma maneira que os demais orixas.
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