O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, agosto 14, 2015

ACERTAR O ALVO...



O FEMININO COMO PRINCÍPIO

No resgate da mulher essencial creio que está a espiritualidade da mulher ligada a Terra e não ao céu nem ao caminho do homem e ao seu deus. Presumo que na totalidade da mulher quando integrada ela possa aceder à sua dimensão espiritual em si mesma que consiste em ligar a terra ao Céu - ela é a grande mediadora das forças cósmica e telúricas - e não abandonar a terra e fugir para o céu...como todas as religiões a induzem. Essa é a diferença...
As mulheres que abandonam a sua essência primeva e original (Lilith) como mulheres submissas (Eva) para subir aos céus ou à montanha com o homem e o servir não acedem à sua dimensão interior, ao conhecimento do Útero que a liga à Lua e ao Sangue e ela assim trai a sua herança materna sendo fiel ao Pai e anulando-se para servir o homem e o senhor!

A Mulher liga a Terra ao Céu e cumpre-se a função do Céu aqui na terra - mas a ligação e propósito da mulher é na Terra e a via da mulher é completamente diferente da do homem que nega a Terra e a Mulher para se "elevar " aos céus - o que está errado, pois também ele se deve ligar à terra através da mulher e cumprir aqui o seu papel e destino encarnatório. O Céu pode esperar - é para onde iremos TODOS E TODAS...mas não antes de o SER HUMANO no seu conjunto e de per se realizar a Obra alquímica e integrar os lados opostos e complementares - só que o desvio do patriarcado para o céu, o homem deixou de viver na terra e a mulher deixou de ser mulher...

A mulher e o homem têm um mesmo propósito como individuos no aspecto espiritual que é realizar a sua individualidade, a um nivel superior, na sua solidão - saber o porque desta vida -, mas o mito do amor romântico (ou não) mantem-nos a nós mulheres no vazio de nós mesmas (tanto o homem como a mulher) à procura de um complemento fora seja do amante seja do filho. Cada ser humano nasce e morre só. Não há finalidade no outro, no amado...ou na amada - amante ou filho/a...Há funções e papéis desempenhados e há responsabilidades nesta vida...mas o propósito último é seguir só...mas este não é o tema que estamos a tratar aqui nem o caminho da mulher para si, que independentemente de ser mãe ou amante, ela tem de resgatar o seu feminino ontológico antes de se encontrar face à sua espiritualidade. Isto é o que eu penso.

Tudo está no Ser Humano..."mas o véu das nossas rotinas e preconceitos, as nossas ambições, a nossa vontade personalística, as nossas repugnâncias e gostos particulares, a vaidade da nossa ciência racional", impedem-nos de ver o essencial e como esse véu espesso da mente nos impede da simplicidade e transparência de ouvir o nosso coração e não o nosso ego...
É no nosso coração que tudo faz sentido!

 rleonorpedro

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