O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, agosto 08, 2015

O CAMINHO SOLITÁRIO

O caminho que conduz à verdade é uma estrada solitária na companhia de imbecis...

A mesma coisa acontece quando digo numa audiência de feministas que sou Gaudiya Vaishnava ou quando digo que sou feminista para uma plateia Gaudiya Vaishnava - a propensão para a ostracização.
Passar por este tipo de processos é um teste frequente para as pessoas espiritualmente determinadas, independentemente do nome da religião, o tempo, o lugar, a cultura ou a estrutura da organização religiosa ou social.
Qualquer que seja a natureza de uma comunidade, social ou espiritual, as funções são as mesmas - uma ideológica e outra funcional. Dentro da dinâmica de qualquer grupo emerge de forma gradual um sub-grupo de pessoas que se destacam pela forma flagrante e dolorosa de explorar as massas e padronizar consciências, o que faz com que progressivamente o próprio grupo se afaste dos princípios fundamentais ideológicos que inauguraram a sua constituição.
 

...E nada monotoriza as massas de forma tão eficaz como o medo da solidão perante a vida e a morte.
Quando a consciência colectiva de uma sociedade se tenta sobrepor à consciência individual ou abdicamos da liberdade individual para ficar sob a protecção do grupo, ou entramos numa rota de colisão e ruptura pela afirmação de um pensamento subversivo que emana da consciência individual... e aí o caminho solitário. Liberdade dentro de uma comunidade, qualquer que seja, é um fenómeno ainda por assistir. Esta expressão da função de grupos tem o poder de ser opressiva mas não é inerentemente negativa. Regras e regulações têm também a capacidade de oferecer cooperação e coexistência.
Mas a incapacidade para a aceitação da riqueza da variedade dentro de um único conjunto que é a própria Humanidade, é a fonte de todas as divisões, de todos os conflitos, de todos os sofrimentos. Desde que existem dois - eu e o outro - há medo, atracção e repulsa, necessidade de se apossar, angústia de perder.



AKLdd

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