O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, janeiro 02, 2016

A ARTE MAIS DIFICIL...


 

4 comentários:

Melissa_Eiras disse...


RLP, gostaria de agradecer pelos seus textos. Há quase um ano acompanho seu blog e ele tem sido uma ferramenta muito útil nessa época da minha vida. Vou completar 24 anos em 2016 e sinto que minhas leituras por aqui tem contribuído muito para a questão que essa postagem coloca: Nascer de si mesma (e sim, que arte difícil!).
Costumava me sentir bastante cética e descrente de tudo. Era muito ligada ao pensamento frio e "quadrado" do mundo. Pensava que nunca haveria de encontrar na História e/ou em textos bem escritos, a verdade que eu sempre busquei em relação ao feminino e às mulheres.
Era como se apenas os fatos horríveis fizessem sentido: As guerras, as mortes, a destruição da natureza a inteligência dos homens (gente nascida assim), a inferioridade das mulheres, e tudo mais que existe por aí... No fundo, por mais que eu me fizesse identificar com as gerações atuais, com o modo de vida atual, sempre ficava uma saudade da infância. Parecia-me que quando criança eu não era dividida. Não precisava ser santa, nem prostituta. Tão pouco precisava agir ou pensar como um homem para me adequar e "me dar bem" nesse mundo. Me bastava ser; Aprender sem taxação ou implicação alguma relacionada ao meu sexo.
Também sentia uma ligação profunda com minha mãe. Um carinho, um amor, uma certa adoração. Com o tempo e por certas circunstâncias isso me foi tirado. Não digo do meu amor por minha mãe; Mas bem… Conforme a gente cresce, vamos enxergando o mundo como ele é, se é que me entende… E sei que entende bem.
Nos tempos de adolescência vivi diversas coisas que muito me confundiram, mas muito me construíram. Hoje sei (sinto) que estou em uma época onde devo seguir meu caminho. Que é só meu. Mas que não deixa de ser o caminho de todo ser humano, nem o caminho de quem nasce assim: Mulher. Alguém por natureza, muito mais próxima do feminino; e que possui o essencial oposto dentro de si.
Afinal viver tem me feito muito mais sentido.
Sinceramente, ler sobre as questões da androginia, poesia, alquimia, ciência e tantos assuntos em seu blog me faz sentir alívio. É como uma biblioteca de conforto e sabedoria, onde acabei encontrando pensamentos em comum. Posso dizer que aqui firmei a extinção do meu sutil “complexo de inferioridade”, e não mais me sinto só. Nem devendo nada a ninguém.


Agradeço muito…
Melissa

rosaleonor disse...

Estou-lhe muito grata pelo seu testemunho...ele vem num momento em que mas preciso dele... porque por vezes fico sem saber quem me lê ou do efeito que as minhas palavras e o meu trabalho tem na consciência da mulher mais nova...por isso o que me diz é muito importante para mim. Fico sinceramente feliz por contribuir para a compreensão de si mesma...e feliz por ter essa lucidez. E seja qual for a sua dificuldade ou obstáculos, espero que os consiga superar porque sei que tem essa força em si. Tem a força e a beleza da mulher interior que desperta para esse poder do Feminino ontológico e adquire essa consciência que ninguém mais pode tirar ...Seja qual for a sua escolha de vida, quando a Mulher se firma em si mesma e no que é naturalmente nada a pode "inferiorizar". Confie em si e no que é e seja fiel a si mesma.

um abraço enorme

rleonor

rosaleonor disse...

Espero que não se importe que eu publique parte do seu comentário...se não quiser diga-me que eu tiro...mas ele é muito importante para mim!

Melissa_Eiras disse...

Não me importo, RLP. Na verdade agradeço também. Fico feliz que tenha lido meu comentário. E que seja importante para você. Foi bastante sincero. Continue seu trabalho, por favor. Estou sempre mostrando ele as minhas amigas e familiares.
Agradeço pelos conselhos também!

Um abração!