O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 01, 2016

Da Violência, do Sexo e das Mulheres



Da Violência, do Sexo e das Mulheres
 Por, RLP

Há uma violência doméstica, sabemos isso sobejamente...MAS continua-se a criar e a contribuir para isso de todos os modos...nas televisões, na publicidade, nos romances de baratos...na pornografia - tudo isto contribui de forma paulatina e subliminar para a degeneração do ser Mulher.

Matam-se  e assassinam-se mulheres de todas as maneiras, em casa e na rua, todos os dias, não era preciso vir o Islão…porque a violência sobre a Mulher tem  aumentado vertiginosamente, e a maioria dos casos para além dos que são relatados e conhecidos em todo o mundo, são mantidos em silencio…
Mas Há ainda a violência física e verbal, dita "cultural" a mais subtil que se manifesta nas mais diferentes situações da vida de uma mulher, todos sabemos que há.
Há contra a mulher uma espécie de perseguição e culto da violência de género baseada no sexo e é muito mais grave e persistente do que a que sofrem as minorias, quaisquer minorias ditas descriminadas, porque em muitos casos elas aparecem quase diluídas e disfarçadas pelas situações de hipocrisia vigente e pelos preconceitos das mulheres em denunciar maridos e patrões ou colegas, de assédio sexual e violência verbal…

SIM, ENTRE TODAS AS VARIANTES DE VIOLÊNCIA SOBRE A MULHER, HÁ MAIS UMA, A VIOLÊNCIA DO SEXO ESCRITO…

Sempre houve, todo o tipo de violência contra a mulher na literatura, mas há esta nova violência camuflada de romance…e escritores homens e mulheres inclusive que escrevem as maiores barbaridades CONTRA A MULHER e o mercado e o público e a lei não se dão conta, porque a palavra do “escritor/” passa pela ideia tabu de “liberdade…de expressão”…e tudo bem, e nisso gera-se a maior confusão…mas o que está em questão não é que se seja livre de escrever o que se quiser e dizer tudo o que se queira, mas NUNCA de forma agravada e violenta contra a mulher…ou em nome do “seu prazer” ou em nome neste caso…por definição de…

“uma mulher com classe…” - isto é de bradar aos céus - se houvesse céus...

É pela forma como pratica sexo oral que uma mulher te merece ou não. Mas não porque o faz melhor ou pior – muito menos porque te dá mais ou menos prazer. É pela forma como pratica (como te pratica) sexo oral que uma mulher te merece ou não porque é nesses instantes que - se olhares para o que não se vê, se esqueceres a pele e a boca e os lábios e te concentrares nos olhos que olham e nos gestos que envolvem - uma mulher que te ama te mostra, em plenitude, que tem classe. E que, para ela, oferecer-te um fellatio é tão digno como oferecer-te um Rolex ou um perfume Chanel. Mais ainda: para a mulher com classe, oferecer-te um fellatio é oferecer-lhe um fellatio. Oferecer-se um fellatio. Porque, quando se ama, não existe dar e receber. Amar é uma dádiva dos dois lados de dar e receber. Não existe dar amor – como não existe dar um fellatio. O que se dá no amor é exactamente, sem tirar nem pôr, o que se recebe no amor. E isso sim é classe.” P.Chagas.

Esta Violência da pornografia VERBAL, o abuso da expressão contraditória e incoerente que gera esta confusão de valores, é um ataque à sanidade da pessoa humana e de uma  violência enorme  à integridade e liberdade de “escolha” da mulher; ela  é uma aviltação da mulher em forma de romance, na escrita deste “escritor” pop – que ensina a escrever – e que dezenas de mulheres cegas seguem fascinadas com a sua audácia, o seu vazio, a sua esterilidade, o seu ego, a sua obsessão fálica, a sua verborreia, a sua falta de ética e de estética, o seu absurdo, e sem a menor profundidade no que escreve e que ataca de forma desabrida, indecente, sim, digo INDECENTE, DESONROSA, PARA TODAS AS MULHERES, mães, filhas, irmãs e sobretudo as amantes…só é possível pela ignorância da própria mulher em se honrar, em se dignificar a si própria, em se dar valor, em se saber ao certo, em se realizar a partir de si …

Não se trata aqui de discutir que forma de sexo preferem as mulheres…mas de uma indução a uma prática como forma de “exaltação” da “dignidade e da classe”…de uma mulher perante o sexo…

A violência que nesta escrita é feita à mulher e que ela aceita passivamente, deve-se à sua falta de consciência do feminino profundo, deve-se ao enorme vazio da sua vida, à sua falta de valor como ser humano, à falta de sentido que não encontra em si como pessoa, e a não ser viver pelo homem, projectada no homem, projectada no filho e agora no sexo, no falo, ela acha que não vive…e que NÃO É PREENCHIDA.
E tudo isto porque a sua vida foi destituída de significado para além de servir o Homem; a mulher foi assim programada para obedecer e servir a deus, o pai, o marido e o filho e agora vê inverter-se a sua situação de mulher legítima e séria… ou.. prostituta, a ser “enaltecida” já não no altar, ou no bordel, mas exclusivamente na cama, na mulher-objecto, só sexo, uma mulher degradada pela sexualidade mais abjecta para servir ao seu “deus falo”, baseado na sua anulação e na mais vil submissão, na mais completa sujeição “ao prazer” anulando todo o seu ser na mera escravidão sexual aos padrões machistas e falocráticos que agora se destacam não só nos Mídea e Publicidade como é o tema preferencial destes escritores pop-pornográficos, cito o caso deste  Pedro Chagas, realmente uma chaga literária…um verme literário e uma vergonha para quem tiver um mínimo de sentido do que é a literatura. Sim, digo vergonha…porque esta gentinha sem princípios sem educação nenhuma, sem integridade humana, sem qualquer noção do Ser em si, para além de uma mente perversa e insana, são o fruto de uma sociedade podre, alienada e de um Sistema – FALOCRÁTICO – que atingiu o seu auge de decadência e que é a pouca-vergonha de não se ter já qualquer noção do que é a verdadeira dignidade nem a classe de uma mulher ou de homem! Esta geração rasca, realmente rasca, pensa que ter vergonha na cara não é moderno nem comercial, e o que importa é Vender e comprar a todo o transe…e pensam que dizer todas estas barbaridades a qualquer preço e que dizem em nome da “mulher” do “amor” do “desejo” e até de “deus”…é o máximo…e é “arte”…ou literatura…de lixo!

Este é o maior LIXO tóxico ao cimo do Planeta, porque ele é mental e moral e quase toda esta geração proveniente do Sistema mercantil e económico é a expressão máxima dos dias em que vivemos…Prova-o a poluição verbal neste caso e a violência camuflada, o despotismo e a demência disfarçada de arte…

por, RosaLeonorPedro

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