"Chegou, talvez, o momento de considerar o sentido que apresenta a nudez da mulher divina no seu aspecto de "Durga" e que está em oposição àquele por nós examinado da nudez do arquétipo demétrio-maternal, princípio de fecundidade. É o nu abissal afrodisíaco. A dança dos sete véus, uma das suas expressões simbólico-rituais mais fortes e sugestivas está ligada na sua origem a uma dança sagrada. Pertencia ao ensinamento dos Mistérios, o simbolismo da travessia das sete esferas planetárias, no decorrer da qual a alma se desprende pouco a pouco das diferentes determinações ou condicionalidades a elas ligadas, e concebidas como outras tantas vestes ou roupagens a retirar, até atingir o estado da "nudez" completa do ser absoluto e simples, que só se encontra a si próprio quando se situa para além dos "sete". Plotino recorda, justamente, neste contexto, aqueles que ascendem degrau por degrau aos Mistérios sagrados, ao mesmo tempo que vão despindo as suas vestes e avançam nus; e, no sofismo, fala-se de tamzig, a laceração da roupa durante o êxtase. (...)
in "A METAFÍSICA DO SEXO " de Julius Evola
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