É PRECISO SALVAR A MATERNIDADE – E A MULHER
“…dada a influência determinante da minha mãe em mim,... sou uma pessoa marcada pelo signo materno. Tenho um apreço muito especial pela maternidade. Só que à mulher não compete apenas uma maternidade de tipo fisiológico. Cabe-lhe ultrapassar este aspecto na medida em que pode conquistar uma sabedoria de tipo maternal para intervir no mundo e orientá-lo. Um mundo onde só o homem tem a palavra, palavra essa que é a origem de tantos desmandos, guerras, conflitos e soluções precárias de character económico e social.
Estruturalmente, a mulher é avessa, alérgica à ideia de guerra e de conflito. A sua própria experiência maternal a predispose contra a guerra. Dá vida mas não gosta de contribuir para a sua destruição. É por uma actuação pacífica.
Este é um dos pontos fulcrais. É necessário que a sua emancipação obedeça desde já a uma orientação intelectual no sentido da pacificação do mundo.”
NATÁLIA CORREIA, in “Entrevistas a Natália Correia, Parceria A.M.Pereira, 2004
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