O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, setembro 13, 2020

EXCERTOS DO LIVRO LILITHE A MULHER PRIMORDIAL


O QUE É SER MULHER?

...Já todas nos apercebemos que o caminho espiritual que se diz ser comum a todo o ser humano e dito normativamente do Homem, não inclui de facto a mulher como um ser individual, nem na sua nomenclatura, mas sempre e ainda como mãe pura e sacrificada ao filho e ao pai ou então a pecadora, extraviada; ela é tradicionalmente oculta (e devia tapar o rosto na igreja cristã)e sem direito ao púlpito ou a oficiar rituais...A ela ficava e fica ainda entregue a limpeza ou os serviços de caridade...mas o espantoso hoje é que as mulheres continuam a seguir esses modelos e pautam-se por eles sem se diferenciarem das suas antepassadas submissas e ignoradas, pelos homens em geral e pelo clero e quando não (as insubmissas) perseguidas ou dizimadas, ou queimadas nas fogueiras como na inquisição...
Acontece porém que aqui e ali começam já a surgir pequenos focos de insurreição feminina e que nada têm a ver com as antigas manifestações das feministas, nem das Femens ou das Marchas das Vadias - que mais não são do que focos de revolta e ignorância desse feminino sagrado e por isso destroem imagens de nossas senhoras e santas - mas sim de uma nova consciência do feminino sagrado, ancestral e original, o da verdadeira essência do feminino, em que a mulher se apercebe de que afinal ela é um individuo completo antes do mais e como tal não tem que ser aglutinada ao homem, nem depender dele para nada e nem precisa de copiar as suas práticas nem a sua linguagem, porque ela não é "igual" ao homem. Aí há quem defenda - ainda e quase sempre os homens - que a espiritualidade não se refere a sexos e que é igual para todos/as mas isso não é de todo verdade e cada vez mais isso se torna evidente para algumas mulheres…
 

A TRAIÇÃO DA MULHER A SI MESMA


A traição da mulher a si mesma reside na sua incapacidade de se ver inteira no verso e no reverso da medalha e desse modo ela não sabe interagir com a sua outra parte, a outra mulher que ela combate fora e sente como rival, mas que afinal coexiste dentro dela e da qual não tem consciência SEQUER. A mulher moderna e que se julga emancipada não chega nunca a integrar a sua Sombra, que inclusive nega, ao eleger o "positivo", seja por pura negação d...e si e do seu lado instintivo, seja em perseguição do modelo do homem, de deus e da LUZ ou de ascender ...
Essa negação de si e do seu ser mais profundo relacionado com a sombra e as profundezas da sua psique, gera grandes conflitos (e doenças) dentro de si e nos seus relacionamentos com as outras mulheres porque projecta os seus conflitos e dramas invariavelmente para o exterior, quando na verdade só o deve ao ter sido alienada da sua própria fonte de saber e culpado sempre muito particularmente a outras mulheres (as mães e as filhas) dos seus "defeitos e incapacidades", dos seus desequilíbrios emocionais, das suas paranoias histerismos culpas e medos…
 

O PROBLEMA DAS MULHERES

O problema das mulheres nunca é seu...ele anda sempre a volta dos homens e da sexualidade, do seu corpo de “desejo” (ou não) e das suas relações, e logo a seguir vem a rivalidade com as outras mulheres e pouca ou nenhuma importância se dão a si mesmas enquanto indivíduos com vida própria, conscientes de si como seres auto-suficientes, que não são...e aqui é que está a grande ferida e este é que é o nó da questão que as mulheres têm cada uma de per se resolver.
 


Enquanto a Mulher não se vir como um Ente com existência própria e sentir que ela vale por si mesma, independentemente de ser filha do pai, amante, mãe ou esposa...escritora ou terapeuta, etc. ELA não vai se realizar nunca. Esse é o ponto fulcral de toda a questão! E lamento muito que as mulheres em geral lhe dêem tão pouca importância e continuem a viver em função da família e das religiões, da profissão, do voluntariado, dedicadas aos cães e aos gatos (e eu adoro animais co...m sabem) e dos outros seres, podem ser extraterrestres ou mestres ascenços e missões do espaço... sem considerar a sua própria existência como máxima importância...por si e para si.
Eu não estou "contra" os homens, de maneira nenhuma, nem das relações sexuais...apenas dou prioridade à mulher em si mesma, como um todo e não mais a mulher dividida entre a sua alma à deriva, um corpo objecto de desejo, submetido à ordem e sujeito ao prazer do “outro” e uma mente subjugada...e as emoções em confusão…


Eu aposto na descoberta da Mulher integral pelo seu SER INTERIOR, e na fusão das duas mulheres em si para e a conquista da Mulher Absoluta!
Nada mais nem nada menos do que isso…

ROSA LEONOR PEDRO


Sem comentários: