O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, setembro 10, 2020

PORQUE NÃO SE AMA A MULHER?

  A TERRIVEL SUPERFICIALIDADE DAS MULHERES AFASTA-AS DA SUA ESSÊNCIA DE VIDENTES…
 
Ser "vidente", fazer-se "vidente" de todas as maneiras, para chegar a ser conhecedor de si mesmo, da "alma universal". Na alma reside o mistério. E vale a pena pagar todos os preços, mesmo o do crime, mesmo o da loucura, para se chegar a ele. Desvendar o mistério é chegar ao "desconhecido", e poder contemplá-lo e exprimi-lo é a suprema realização. O além ("là-bas") é o verdadeiro domínio do poeta, e a formalização dos conteúdos desse além a sua verdadeira missão." (...)
 
Y.K:Centeno
 
 
Porque fogem as mulheres do Seu SER?
 
Tudo o que seja trabalhos de nível dito espiritual, religiosos, patriarcal, xamânico, tântrico, cultural ou artístico, tudo o que sejam as expressões lúdicas do seu ser em expansão, dentro do Sistema ou armadilhado por ele, elas aderem com uma certa facilidade…mas quando se trata de aprofundarem uma consciência do seu próprio ser, o lado oculto e da parte essencial de si mesmas, a parte mais difícil e controversa que é a mulher dividida ao longo de séculos em estereótipos, essa parte elas não ousam enfrentar, e assim recuam e mantêm-se apenas na superfície de um entendimento qualquer, fútil ou sofisticado, sobre a Deusa ou sobre as deusas na mulher.
 
Há porém um conhecimento de si que precisa de um maior aprofundamento e que significa ir muito para além de se frequentarem cursos de sacerdotisas, da Wicca, rituais, workshops, ou irem a um Festival da Deusa, ou mesmo conhecerem os seus poderes e dons, serem médiuns ou curadoras. E esse trabalho que é fundamental como é o enfrentarem o seu abismo pessoal, a sua psique, para irem ao mais fundo do seu Labirinto, olharem-se no espelho e verem-se do outro lado, o verso e o reverso de si…e então amarem-se como são…aceitarem-se como são pois só a partir daí começar  o trabalho de escavação psíquica… isso elas regra geral não fazem e por isso se voltam para o Mito do herói ou do guerreiro, do salvador...
S
Mas aí elas regridem e temem e hesitam, e recuam … e partem em busca do homem curado...e do par ideal, vão curar as feridas do masculino sem curar as suas, e voltam ao par e ao mito romântico, embora com novas faces...associando-se assim  ao que chamam o masculino sagrado, focando-se no par e de novo se prontificam a sacrificar ao sexo e ao amor a dois… para preencher o grande vazio da sua existência fragmentada.
É impossível chegar a esse fundo de nós mesmas sem ir ao fundo da nossa Psique, resgatar o outro lado de nós...o lado oculto e o denigrido,  o lado apagado e  rejeitado da Mulher seja pela religião seja pela história e a cultura dos homens!
 
"A aprendizagem da realidade sem rosto é dolorosa, assusta (porque destrói o ego) mas é uma aprendizagem que se faz" - Jung
 
Sem dúvida que se trata do mais difícil em nós é muito doloroso: no caso da mulher particularmente ela é um ser demasiado ferido e precisa essencialmente curar-se a si própria antes de querer curar ou ajudar quem quer que seja…e enquanto a mulher exercer o seu Dom - e este é o ponto da minha questão a questão para mim crucial neste tempo de transição de paradigma - que a mulher integre as duas mulheres em si cindidas pelo patriarcado…porque fazer trabalhos os mais incríveis e variados que sejam, sem integrar as duas mulheres cindidas pela religião, que as separe e divide em estereótipos, ela não pode integrar mais nada de forma saudável, porque o medo e o antagonismo entre a “outra” mulher sombra que a ameaça…não permitirá criar essa irmandade sonhada e tão desejada. Há sempre um dia em que a mulher se torna inimiga da outra mulher…mesmo que não o ouse dizer ou mesmo ter disso consciência, ela vai sempre odiar a mulher que, quando menos esperar, a espelhe na sua sombra a mais dolorosa…e quanto mais fugir dela mais ela a perseguirá, mais a fará sofrer e as suas irmãs…
 
 (...)
ESCRITO EM 2012 (revisto)
 rlp

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