O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, setembro 24, 2021

excertos...




Estava a reler o livro de um escritor que amou a mulher tanto e mais do que ele podia e quando a mulher morreu subitamente ele também se deixou morrer aos poucos...e tudo o que escreveu depois era o vazio, o desespero, assombro e o luto da sua alma só...o que me faz perguntar como se pode morrer de saudade de um amor ...que morre...
E pensei: em que grandeza me posso refugiar para que a saudade de um amor impossível - vivo ou morto - não me acosse e torne tão miserável a mim também? Não o amor de alguém que eu tenha amado…mas de alguém que nunca soube se existia, nem que alma era e que nunca amei…
  

E quando se diz, "O amor é o presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério. Devo tocá-lo com o cuidado que o sagrado exige. Nossa união deve ter a delicadeza de um laço.",* esta é uma verdade sublime mas muito pouco real...Ninguém mais do que eu, acreditem, sonhei toda a vida com esse encontro sagrado de laços eternos, mas ainda que existam esses laços eternos entre as almas, quase sempre, neste estádio da Humanidade, e portanto na prática e nesta realidade esses encontros são frequentemente interrompidas por circunstâncias adversas... e aparentemente os laços desfazem-se muitas vezes com dores profundas e irreparáveis. Não é por acaso que o desencontros das almas " gémeas e irmãs... nesta vida, é das coisas mais dolorosas e das feridas mais graves ou mais pungentes, por que cada uma de nós porventura passamos...pelo menos é isto que me diz a minha experiência. Eu como toda a gente também busquei esse amor e laços sagrados…
Por outro lado é verdade que no caminho da nossa evolução individual, sabemos que "Só amamos quando aceitamos a absoluta solidão do ser, quando reconhecemos que o outro não vai acabar com a falta que origina o nosso desejo. Amar exige aceitar a precariedade dos laços, reconhecer-se separado para ver-se ligado, conhecer seus limites para contemplar o outro.”* – mas este nível de amor já se trata de uma outra consciência e outro estado de ser que não é comum aos seres comuns…que vivem de apegos e paixões cegas…Não há dúvida que aqui o autor fala de um amor sublime que é aquele, como ele diz, ser um “…presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério.”* E sim, essa celebração do amor sagrado entre dois seres, por suposto homem e mulher, é já do domínio do divino…É a revelação suprema do amor de Deus/Deusa na união perfeita entre dois seres complementares em profunda comunhão e elevação de almas, só assim ele será possível a esta humanidade.
Sim, esse Amor hoje, só pode ser um Milagre…
rlp

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