E pensei: em que grandeza me posso refugiar para que a saudade de um amor impossível - vivo ou morto - não me acosse e torne tão miserável a mim também? Não o amor de alguém que eu tenha amado…mas de alguém que nunca soube se existia, nem que alma era e que nunca amei…
E quando se diz, "O amor é o presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério. Devo tocá-lo com o cuidado que o sagrado exige. Nossa união deve ter a delicadeza de um laço.",* esta é uma verdade sublime mas muito pouco real...Ninguém mais do que eu, acreditem, sonhei toda a vida com esse encontro sagrado de laços eternos, mas ainda que existam esses laços eternos entre as almas, quase sempre, neste estádio da Humanidade, e portanto na prática e nesta realidade esses encontros são frequentemente interrompidas por circunstâncias adversas... e aparentemente os laços desfazem-se muitas vezes com dores profundas e irreparáveis. Não é por acaso que o desencontros das almas " gémeas e irmãs... nesta vida, é das coisas mais dolorosas e das feridas mais graves ou mais pungentes, por que cada uma de nós porventura passamos...pelo menos é isto que me diz a minha experiência. Eu como toda a gente também busquei esse amor e laços sagrados…
Por outro lado é verdade que no caminho da nossa evolução individual, sabemos que "Só amamos quando aceitamos a absoluta solidão do ser, quando reconhecemos que o outro não vai acabar com a falta que origina o nosso desejo. Amar exige aceitar a precariedade dos laços, reconhecer-se separado para ver-se ligado, conhecer seus limites para contemplar o outro.”* – mas este nível de amor já se trata de uma outra consciência e outro estado de ser que não é comum aos seres comuns…que vivem de apegos e paixões cegas…Não há dúvida que aqui o autor fala de um amor sublime que é aquele, como ele diz, ser um “…presente de sentir que existe o laço com outro ser, quando na verdade vivemos o abismo do abandono diante do mistério da vida e da morte. Diante do milagre do amor, o outro é o altar onde eu celebro o mistério.”* E sim, essa celebração do amor sagrado entre dois seres, por suposto homem e mulher, é já do domínio do divino…É a revelação suprema do amor de Deus/Deusa na união perfeita entre dois seres complementares em profunda comunhão e elevação de almas, só assim ele será possível a esta humanidade.
Sim, esse Amor hoje, só pode ser um Milagre…
rlp
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