O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, julho 17, 2023

A MULHER ESTÁ CONTAMINADA DE MORTE DE SI MESMA



QUE MULHER É ESSA? 

"Essa mulher não-domesticada é o protótipo de mulher... não importa a cultura, a época, a política, ela é sempre a mesma. Seus ciclos mudam, suas representações simbólicas mudam, mas na sua essência ela não muda. Ela é o que é; e é um ser inteiro. Ela abre canais através das mulheres. Se elas estiverem reprimidas, ela luta para erguê-las. Se elas forem livres, ela é livre. Felizmente, por mais que seja humilhada, ela sempre volta à posição natural. Por mais que seja proibida, silenciada, podada, enfraquecida, torturada, rotulada de perigosa, louca e de outros depreciativos, ela volta à superfície nas mulheres, de tal forma que mesmo a mulher mais tranqüila, mais contida, guarda um canto secreto para a Mulher Selvagem."*
 
Estamos muito longe desse protótipo. Muito longe mesmo dessa mulher tranquila e contida  e secreta porque sábia e sagrada. Infelizmente há muito poucas mulheres que possamos chamar de mulheres genuínas e capazes de tal dom de generosidade, de amor ou paixão; muito longe de mulheres cuja chama arda para lá da mentira e falsidade, porque ela está longe da força ou da expressão profunda do seu Ser selvagem com que nasce. 
As mulheres estão hoje na sua grande maioria perdidas da sua feminilidade essencial e contaminadas de ódios e raivas e frustradas das suas lutas e só sabem criar odios e odiar-se a si mesmas e acusar-se uma as outras. A inveja e a perfidia, a maledicência e a vulgaridade domina o mundo das mulheres (tanto como o dos homens) seja a que nivel social for, sejam elas ricas ou pobres, o mesmo veneno as consome e faz perder da sua essência e amor. 
Não critico nem acuso! Digo o que vejo apesar de lutar há muitos anos contra essa realidade. Sei que são seculos e décadas de alienação e mentiras e perseguições e abusos e muito sofrimento, muita violência e traição em todos os mundos em que se tentem afirmar, como desde logo na família e no trabalho ou no cinema na musica ou mesmo nas artes e politica. 
A mulher esteve sempre exposta a toda a espécie de predadores e acabou por se tornar num, por se misturar e ser como eles, acabou por ser igual ao violador e ao abusador...afinal nada mais nefasto e perigoso para uma mulher do que outra mulher frustrada e ferida de morte - ela vai odiar a outra mulher e a mãe que não a protegeu até a morte porque ela se destrói e odeia a si mesma pelo mal que lhe fizeram. Não há saida para a grande maioria das mulheres no mundo nem para os homens. Chegamos ao fim da linha e de uma civilização e a humanidade está toda envenenada do mesmo veneno - odio inveja raiva - e contaminada de morte...

rlp


*IN mulheres que correm com os lobos
clarissa pinkola estes

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