O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, julho 17, 2023

O Poder desumano que rege as vidas humanas...



Uma reflexão sobre o prazer e o gozo... 


"Quando busco nas minhas memórias emocionais e sensitivas lembranças de situações "prazerosas" comigo mesma, não chega a mim nenhuma de quando eu era ainda recém nascida, ainda miúda, porém sei (porque o vivi através dos meus filhos bebés), que o prazer primário que um ser recém chegado à esse mundo sente é vinculado a dois alimentos essenciais para a sua sobrevivência: o físico (o leite) e psíquico através do corpo da mãe (contacto)... e quando @ afortunad@ pode dispor dessas condições e circunstâncias, a criatura demonstra um deleite com o seu próprio corpo que costuma manifestar através de sorrisos prazerosos que encanta a toda pessoa adulta minimamente "humana"...
Portanto esse estado prazeroso inicial que toda nova criatura pode chegar a experimentar (caso as condições e circunstâncias possam ser cumpridas: alimentação biopsíquica) irá desenvolvendo segundo o seu crescimento... e assim entre banhos, os seios e as carícias da mãe o ser descobre o prazer de estar vivo.... assim como o desfrutar do seu próprio corpinho ao descobrir e tomar consciência de que tem pezinhos, mãozinhas e outras coisinhas mais...

Ao acompanhar o caminho do prazer da criatura no seu crescimento e evolução dá para perceber (em mim mesma também) que existe uma relação muito estreita e proporcional entre a confiança desenvolvida em si própria e o mantimento do desfrute de si mesma. E posso vislumbrar que o caminho ascensional da transformação natural da vivência do PRAZER (vinculado preponderantemente numa época da vida às genitálias) numa vivência de deleite ou GOZO de si mesmo, do seu próprio SER integral, depende em grande parte do desenvolvimento da consciência do seu próprio EXISTIR aqui no corpo e na terra onde habita, junto com a desconstrução dos paradigmas, preconceitos adquiridos, e crenças impostos pelo Poder desumano que rege as vidas humanas, porque vejo que sem esse trabalho a possibilidade de desapego do prazer imaturo -que faz parte de uma etapa da vida de cada ser- é ínfima. 

Eu sinto que a maturidade do SER e de como vive a vida está intimamente vinculada com a evolução natural da vivência do prazer (imaturo/infantil) ao gozo (maturo/do adulto).

Nós mulheres temos a grande vantagem de sermos seres sensíveis e conectadas com as nossas emoções naturalmente... o nosso trabalho é ver e desconstruir o que não é nosso para a transformação do prazer em gozo seguir acontecendo, transformar a filha (imatura) em Mãe."

Texto de Sabine Carlotti

UMA HUMANIDADE SEM MÃE ELA DEGENERA 
Toda a dor humana provém da falta inicial da Mãe - o mundo patriarcal e o Poder falocrático há muito que  destruiu esse Muttertum.

"Em castelhano há uma aceção do nome "mãe" que é um vestígio dessa mãe ancestral, que se encontra na expressão "salirse de madre", "sair da mãe", que seria sair do Muttertum, que nos faz amadurecer e nos torna consistentes. Há também uma acepção em que a palavra significa "fonte originária de algo" ("a mãe do vinagre", por exemplo), ou como a raiz de algo, quando dizemos que encontrámos a "mãe do cordeiro". Se um rio sai da "madre", tudo se inunda e é o desastre. Pois assim anda a humanidade, "fora da mãe", em permanente estado de esquizofrenia e cada vez com mais ataques de violência..."

Cacilda Rodrigañez Bustos

2 comentários:

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Querida Rosa,
Acabo de chegar a seu lindo Blog.
Vou ler com muito empenho
algumas publicações e somente
depois e bem consciente
vou comentar.
É raro ler na bloglosfera
publicações tão intensas
e verdadeiras.
Voltarei, me aguarde.
Seu Blog já está favoritado
no meu Espelhando.
Bjins de gratidão
por somar com seus
leitores.
CatiahoAlc.

rosaleonor disse...

Muito obrigada pelas suas palavras - espero que comente sempre que sentir. Um grande abraço
rlp